Bancários da Bahia e Sergipe definem propostas para Campanha Nacional

14ª Conferência Interestadual ocorreu em Aracajú

Após os debates em Aracaju, no sábado (7) e domingo (8), os bancários da Bahia e Sergipe, reunidos na 14ª Conferência Interestadual, definiram as propostas que serão apresentadas na 14ª Conferência Nacional, que ocorre de 20 a 22 de julho, em Curitiba.

A reivindicação do índice aprovada foi de 10% de aumento real mais a inflação do período. Além disso, eles deliberaram pela reposição das perdas salariais do governo FHC, piso nacional da categoria equivalente ao salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 2.329,00), a distribuição de 20% de forma linear do lucro líquido na PLR (Participação nos Lucros e Resultados), o fim das metas e do assédio moral, respeito à jornada de seis horas e a valorização das mesas específicas de cada banco.

Ao final da Conferência, foi eleita também a delegação da Bahia e Sergipe que vai para a 14ª Conferência Nacional, constituída de 28 delegados e três observadores. Participaram do evento 211 bancários.

Conjuntura econômica

No sábado, o técnico da subseção do Dieese (SE), Luís Moura, destacou que o incentivo feito pelo governo é importante para a economia do país. De 2003 até o ano passado, dobrou o índice do crédito no PIB (Produto Interno Bruto), que passou de 24% a 49%. “Nunca foi tão fácil comprar e fazer financiamentos de imóveis e de automóveis”, afirmou.

Para o Dieese, houve evolução do emprego bancário ao longo dos anos. Eram 402.425 bancários em todo o país em 2000 e, em 2001, passou para 506.696. Este crescimento nas contratações engana a quem não conhece a realidade nas agências. Os bancos têm demitido os antigos funcionários com salários maiores, enquanto os novos empregados são contratados com menores salários.

De acordo com os dados apresentados por Luís Moura, o Brasil tem o maior spread bancário do mundo: 27,8%. Logo depois vem o Paraguai com 26,9% e o Peru 16,39%. “Esta situação mostra que os bancos brasileiros estão em situação de conforto. A inadimplência não pode ser apontada como culpada pela alta no spread, já que a taxa apresentada pelo Banco Central foi de 3,7% em março deste ano”, disse.

Eixos de debates

Os principais itens da campanha foram debatidos: emprego, remuneração, saúde, condições de trabalho e segurança, e sistema financeiro nacional. O fim da rotatividade com redução do salário médio, o combate à terceirização, a valorização do piso, a inclusão das perdas salariais nos bancos oficiais nas negociações sobre remuneração estão entre as demandas da categoria. Todos os anos, os bancários reivindicam 15% do lucro líquido na PLR (Participação nos Lucros e Resultados). A reivindicação deste ano é a ampliação para 20%.

Os dados de segurança da Bahia também foram apresentados. Já são mais de 90 ataques a bancos em todo o Estado em 2012 e o alvo preferido dos assaltantes é o Banco do Brasil.

Segundo o Dieese, as organizações financeiras gastaram, em 2011, R$ 2,6 bilhões em despesas de segurança e vigilância. O número representa uma média de 5,2%, se comparado com o lucro no período, que foi de R$ 50,7 bilhões.

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