Trabalhadores rejeitaram proposta de 6,1% da Fenaban
A Bahia confirma participação na greve nacional dos bancários. A categoria decidiu pela paralisação das atividades por tempo indeterminado, a partir da próxima quinta-feira (19).
Rostos ansiosos e indignados. Os semblantes dos bancários, que estiveram no Ginásio de Esporte, Ladeira dos Aflitos, nesta quinta-feira (12), na assembleia para avaliar a proposta da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), demonstraram a vontade de lutar por melhores condições de trabalho e valorização.
Enquanto que os trabalhadores querem 11,93% de reajuste salarial, os bancos ofereceram 6,1%. Um insulto, sobretudo, por se tratar do setor mais lucrativo da economia.
“Não vamos aceitar a proposta da Fenaban. Temos de lutar pelos nossos direitos e estamos preparados para a greve”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Euclides Fagundes.
Para o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, é preciso aproveitar o momento para discutir com a sociedade a situação nos bancos e construir uma greve forte, combativa e de enfrentamento.
A categoria também acredita que somente a greve é capaz de sensibilizar os patrões. “Os banqueiros tiveram tempo suficiente para fazer uma proposta decente. A greve é o último instrumento para negociar com os patrões”, diz um bancário do Banco do Brasil. Na quarta-feira (18), os trabalhadores voltam a se reunir em assembleia para organizar o movimento.
A causa é legítima e ganha apoio de diversos segmentos da sociedade. O deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA) é um exemplo. “Temos de apelar para o bom senso dos bancos, uma vez que este tem sido um dos poucos setores da economia que não é prejudicado pela crise econômica”.
Opinião semelhante tem o vereador Everaldo Augusto (PCdoB). “A própria categoria tem clareza de que sem mobilização e greve fortes não temos como alcançar uma vitória significativa”.
Deliberações
Entre as deliberações da assembleia, o envio dos nomes dos delegados sindicais aos bancos para liberação nos dias 17 e 18 para mobilizar os demais bancários.
Além disso, foi aprovada uma moção de repúdio contra o subsecretário de Segurança Pública do Estado, Ary Pereira, que na última terça-feira (10) agrediu manifestantes do MST (Movimento dos Sem Terra) no CAB (Centro Administrativo da Bahia).