Dirigentes sindicais do Brasil, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai estiveram reunidos pela primeira vez com a direção do Itaú Unibanco, nesta terça-feira, 10, em São Paulo. O encontro foi agendado pela UNI Sindicato Global e Contraf-CUT e ocorreu um dia após a 4ª Reunião Conjunta da Rede Sindical Internacional do Itaú Unibanco (veja mais aqui).
“A reunião foi um marco na construção de um processo de diálogo entre as entidades sindicais de cada país e o Itaú Unibanco. Os bancos brasileiros têm aumentado sua atuação fora do país, especialmente na América Latina, e o movimento sindical mostra que está atento a esse processo”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e da UNI Américas Finanças e funcionário do Itaú Unibanco.
“O Brasil tem perspectiva de forte crescimento econômico e seus bancos também vêm muito bem, como mostram os balanços divulgados até agora, que registram um crescimento médio nos lucros das três empresas de 26%. O Itaú Unibanco tem uma presença muito forte na América Latina, que pode aumentar com esse crescimento”, avalia Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo. “É importante que os trabalhadores também estejam organizados internacionalmente para garantir o mínimo, que é o respeito à liberdade sindical e à valorização do processo de negociação coletiva”, sustenta.
Os bancários fizeram relatos sobre as relações sindicais com o Itaú Unibanco em seus países. Houve avanços importantes no diálogo entre os sindicatos e o banco no Brasil, Chile e Uruguai. No entanto, a situação continua difícil na Argentina e, principalmente, no Paraguai, onde práticas antissindicais ainda são a regra no Interbanco, braço do Itaú Unibanco naquele país.
“Queremos que o processo de negociação coletiva entre o movimento sindical e o banco que existe no Brasil seja reproduzido em todos os outros países, para que as divergências e disputas entre capital e trabalho sejam tratadas de forma respeitosa e transparente”, avalia Carlos Cordeiro.
Um dos temas prioritários do debate foi a construção de um acordo marco global, instrumento que garantiria direitos básicos para os bancários do Itaú Unibanco em todos os países em que ele estiver presente. Entre esses direitos, destacam-se a liberdade de organização sindical e o direito à negociação coletiva. “É importante que a empresa garanta esses direitos fundamentais para todos”, avalia Ricardo Jacques, secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, que fez uma apresentação sobre o tema na reunião.
Também presente na reunião, o diretor regional da UNI Américas Finanças Marcio Monzane fez uma exposição sobre o papel da UNI Sindicato Global na organização mundial dos sindicatos de bancários diante do processo de internacionalização do sistema financeiro.
Os representantes do Itaú Unibanco realizaram uma apresentação aos trabalhadores de suas estruturas de Recursos Humanos e de Relações Sindicais. A empresa exaltou a relação de diálogo que tem com o movimento sindical no Brasil.
Além disso, os executivos do banco apresentaram as diretrizes da empresa para as relações com o movimento sindical. “Boa parte do conteúdo do documento faz parte do que entendemos como princípios básicos de um acordo marco global. É mais um motivo para avançarmos no debate sobre o tema”, diz Márcio Monzane.
Os bancários propuseram ao banco a realização de um novo encontro em dezembro, na Argentina, quando acontecerá a 5ª Reunião Conjunta da Rede Sindical Internacional do Itaú Unibanco. “Seria uma excelente oportunidade para promover novo diálogo entre os dirigentes sindicais e representantes do banco não somente do Brasil mas de todos os paises onde a empresa atua”, enfatiza o presidente da Contraf-CUT e da UNI Américas Finanças.