Unificação do horário de trabalho dos funcionários é contestada
Como se não bastassem a violência e a ilegalidade impostas a diversos funcionários comissionados que possuem ação judicial cobrando o pagamento das 7ª e 8ª horas, o Conselho Diretor do BRB aprovou também uma medida, no mínimo desastrosa, que pode desorganizar o funcionamento de diversos setores do Edifício Brasília (sede do banco) e, por conseguinte, o das agências, que precisam ser atendidas pela Direção Geral: a unificação do horário de trabalho dos funcionários, cuja jornada é de 6 horas entre meio-dia e 18h. A medida entra em vigor agora em janeiro.
Segundo se comenta, tal medida visa evitar que estes funcionários fracionem sua jornada e ‘percam’ muito tempo almoçando, e dedicando menos do que seis horas ao trabalho, e que tal situação tem sido testemunhada por membros da diretoria, superintendestes e gerentes.
Se há altos gestores do banco fiscalizando isto, significa, no mínimo, que estes não tem algo mais útil para fazer, o que demonstra que seus cargos sequer deveriam existir. Outra coisa: tal situação, se é que de fato existe, pode ser resolvida com uma boa conversa.
Outro aspecto refere-se a possível economia que a medida geraria. É lamentável que o BRB adote uma política como esta, que coloca em risco a efetividade do serviço a ser desenvolvido pelos trabalhadores do Edifício Brasília, com um discurso descabido de economia, que pode ser qualificada como economia de palitos.
Se o Conselho Diretor está preocupado em cortar despesas estruturalmente, porque não elimina o número absurdo de cargos diretivos, totalmente incompatível com o porte do BRB? E por que não se concentra em gerar mais receita, invertendo a lógica apontada no resultado do terceiro trimestre, quando as despesas de intermediação financeira cresceram 50%, ao passo que as receitas de intermediação cresceram apenas 16%?
“Como se vê, é uma lógica do apequenamento do banco. É lógico que deve se ter austeridade nos gastos. Porém, o foco de qualquer negócio deve ser a geração de receitas em primeiro lugar”, afirmou o diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília, Antonio Eustáquio, que também é funcionário do BRB.