Bancários completam 13 dias de greve nacional forte nesta segunda

Paralisação em São Paulo é forte nos bancos privados

Os bancários entraram nesta segunda-feira 11 no 13º dia de greve nacional por tempo indeterminado. No sábado 9 a Fenaban apresentou uma nova proposta para os trabalhadores e a negociação será retomada ainda nesta segunda-feira, às 11h, em São Paulo.

Conforme o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, permanecem paradas agências e prédios administrativos de todos os bancos privados e públicos. Na última sexta-feira 8, 30 mil trabalhadores participaram das paralisações em 667 agências e 15 centros administrativos.

Nova proposta ainda é insuficiente

A Fenaban apresentou nova proposta que prevê reajuste de 6,5% para salários até R$ 4.100 (aumento real de 2,12%). Acima desse valor haveria um reajuste fixo de R$ 266,50. Ou seja, qualquer salário acima de R$ 4.100 teria somente o acréscimo de R$ 266,50. Assim, em faixas salariais acima de R$ 6.212, o reajuste começa a ficar abaixo da inflação.

“A forte greve que a categoria está fazendo em todo o país forçou os bancos a retomarem as negociações e a apresentarem a nova proposta, mas consideramos o índice de reajuste insuficiente”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional. “Também é inaceitável esse teto de R$ 4.100. Isso significa que quem ganha acima de R$ 6.212 terá reajuste abaixo da inflação do período.”

O piso para escriturário passaria de R$ 1.074 a R$ 1.180, representando aumento de 9,82%, valor considerado ainda insuficiente.

“A retomada da mesa foi uma conquista muito importante dos bancários, mas a Fenaban tem condição de melhorar essa proposta”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

“Deixamos claro na rodada de negociação que queremos que seja mais do que 6,5% e que seja igual para todos, sem teto. Eles disseram que hoje não tinham condição de alterar nada porque precisam consultar as direções dos bancos”, explica a dirigente. “Por isso a negociação foi suspensa e será retomada nesta segunda.”

A reunião do Comando Nacional ressaltou que a greve tem de ser mantida forte como está, até que seja apresentada uma proposta melhor, que deverá ser apreciada em assembleias na quarta-feira 13 em todo país.

Mais

A Fenaban também não atendeu à reivindicação de PLR maior, já que a proposta corrige pelos 6,5% a regra do ano passado (de 90% do salário mais R$ 1.024 com teto R$ 6.680), inclusive os R$ 2.100 do teto da parcela adicional. Os mesmos 6,5% seriam aplicados nas demais verbas salariais como vales refeição, alimentação, 13ª cesta, e demais auxílios.

Por conta da mudança na lei que rege a educação no país, a Fenaban propôs alterações no auxílio-creche. O valor subiria de R$ 207,95 para R$ 258,90, mas passando de 83 meses para 71 meses.

Segurança e saúde

De acordo com a Feanban, os pontos que avançaram nas questões de segurança serão apresentados na rodada de negociação desta segunda-feira: obrigatoriedade do registro de boletim de ocorrência em casos de assaltos, tentativas e sequestros, divulgação de estatística semestral de assaltos a bancos e atendimento médico ou psicológico no local da ocorrência.

“Reiteramos a necessidade de fechar um acordo com proposta global que dialogue com o fim do assédio moral nos locais de trabalho, uma das principais preocupações dos bancários”, completou Juvandia.

Negociações específicas

O Comando Nacional dos Bancários e as direções do Banco do Brasil e da Caixa Federal voltam a negociar nesa segunda-feira as questões dos trabalhadores para a renovação dos acordos coletivos específicos. As reuniões serão realizadas após o final da nova rodada com a Fenaban, em São Paulo.

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