Em reunião ocorrida nesta quarta-feira, dia 23, com o Santander, no Rio de Janeiro, os bancários cobraram mais ajuda do banco para as vítimas da tragédia na região serrana do Rio de Janeiro. A reunião, solicitada pela Contraf-CUT, foi realizada na sede reinaugurada nesta data da Federação dos Bancários do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Feeb RJ-ES).
Os bancários reivindicaram garantia de emprego, apoio psicológico para os funcionários, metas diferenciadas para as agências da região serrana, abertura de linhas especiais de crédito para alavancar a economia dos sete municípios atingidos pelas enchentes, renegociação das dívidas dos clientes e doação de cobertores para enfrentar o inverno que se aproxima.
Pelos bancários, participaram o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr, o vice-presidente da Feeb RJ-ES, Nilton Damião Esperança, o diretor da Feeb RJ-ES, Paulo Garcez, o presidente do Sindicato dos Bancários de Nova Friburgo, Marcos Bezerra, o presidente do Sindicato dos Bancários de Teresópolis, Aloisio Marra, o vice-presidente do Sindicato dos Bancários de Teresópolis, Wilson Pereira, o presidente do Sindicato dos Bancários de Petrópolis, Luiz Cláudio Ferreira, e o vice-presidente do Sindicato dos Bancários de Petrópolis, Alexandre Martins Bras.
Pelo Santander, compareceram o superintendente de Relações Sindicais, Jerônimo dos Anjos, e a assessora de Relações Sindicais, Fabiana Ribeiro.
Ajuda para a reconstrução
“Esperamos que o banco atenda essas importantes demandas, a fim de que tanto os funcionários como as agências e as cidades destruídas possam fazer a difícil travessia neste momento de reconstrução da região serrana do Rio”, enfatiza Ademir.
Os representantes do Santander prometeram analisar as reivindicações e informaram as medidas que já foram adotadas pelo banco, destacando a antecipação do 13º salário. Eles também disseram que o banco ligou para todos os 230 funcionários das agências da região serrana, um psicológico visitou presencialmente 100 deles e atualmente 214 colegas estão recebendo acompanhamento.
O banco explicou ainda que vários funcionários, cujos familiares sofreram prejuízos, fizeram pedidos de auxílio, que foram levados e aprovados no Comitê de Ajuda Extraordinária, que existe para definir apoio em caso de doenças, calamidades e catástrofes. Novos pedidos podem ser feitos através da intranet do banco.
“Consideramos importante o auxílio que o Santander já concedeu aos funcionários, mas é preciso avançar neste período de reconstrução e, por isso, é fundamental que não ocorram demissões, as metas levem em conta a realidade da região, o banco tenha linhas de crédito com juros menores e faça investimentos para levantar a economia, como forma de responsabilidade social”, salienta Garcez.
Os dirigentes sindicais dos municípios atingidos relataram as dificuldades de reconstrução das cidades e insistiram na mudança da política de metas do banco. “Os bancários continuam sendo cobrados a bater metas, mas como é possível vender um seguro para um cliente que perdeu tudo?”, questionou Wilson. “O banco precisa ter um olhar diferenciado para as metas”, reforçou Alexandre.
“O Santander tem um papel importante no fomento para a reconstrução da região serrana do Rio”, ressalta Luiz Cláudio.
A reunião foi considerada positiva. Encontros semelhantes já foram realizados com HSBC, Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Bradesco, dentro da campanha nacional de solidariedade da Contraf-CUT que recebeu o apoio de vários sindicatos e federações de bancários em todo país, através de generosas doações para os municípios atingidos.
A tragédia deixou mais de 900 mortos. Além disso, familiares enfrentam falta de informações para encontrar 345 pessoas tidas, até agora, como desaparecidas.