Os bancários do Itaú Unibanco atrasaram até as 12h a abertura de 18 agências bancárias no corredor da Avenida Paulista, um dos centros financeiros da cidade de São Paulo, na quinta 25. O ato, que acontece em âmbito nacional, cobra do banco o pagamento da diferença da Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
“O pessoal está muito chateado com a PLR menor. Quando falamos em quanto aumentaram os bônus dos executivos e os dividendos dos acionistas eles ficam ainda mais revoltados”, diz a diretora do Sindicato Marta Soares, que coordenou a atividade desta quinta.
A fusão dos bancos foi anunciada em 3 de novembro de 2008 e, desde então, o enlace tem rendido frutos para as duas empresas, para os altos executivos e acionistas, mas não para os bancários. Para se ter idéia de como o “matrimônio” foi bom para os banqueiros, basta verificar que o lucro líquido ajustado subiu de R$ 17 bilhões, em 2008, para R$ 35 bilhões, em 2009. Neste ano, os dividendos dos acionistas aumentaram de 25% para 33% do lucro. E a PLR dos altos executivos entre 2008 e 2009 passou de R$ 121 milhões para R$ 225 milhões.
Revolta – Na contramão desses excelentes resultados, a PLR dos funcionários caiu de 2,2 salários, pagos em 2009 sobre o balanço de 2008, para 1,8 salário sobre o balanço de 2009, ano em que o banco ganhou com a isenção tributária, que passou de R$ 300 milhões para R$ 500 milhões. “Só esse valor já seria suficiente para pagar a PLR de 2,2 salários para todos”, destaca Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato.
Cerimônia – O dia nacional de luta que atrasou a abertura das agências acontece um dia depois do casamento lúdico de Itaú Unibanco realizado no Ceic, nesta quarta 24. “Queremos retomar as negociações sobre a PLR. Os protestos vão continuar até que o banco atenda os trabalhadores”, completa Marcolino.