Os funcionários do BNB de Pernambuco voltam ao trabalho nesta quarta-feira, dia 26, confiantes em seu poder de pressão. Depois de atender o indicativo do Sindicato e retomar a greve, os bancários arrancaram nesta terça, dia 25, duas propostas.
A primeira veio mais cedo e garante, entre outras coisas, reajuste linear de 10% em toda a tabela de cargos do PCR (Plano de Cargos e Remuneração) e também no piso. Restavam, no entanto, as distorções para os três primeiros níveis da carreira de analista bancário. Já no final da tarde, o banco apresentou adendo à proposta, que garante uma promoção para estes trabalhadores.
A soma das duas propostas foi aprovada pela maioria dos funcionários do BNB em Pernambuco, que decidiram encerrar a greve, que durou 23 dias. Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, o acordo que será fechado com o BNB traz avanços significativos, principalmente no que diz respeito à valorização do piso com reflexo em todo o Plano de Cargos e Remuneração.
“Com o acordo, conseguimos equiparar o piso do BNB com o do Banco do Brasil. Essa valorização, mais o aumento real de salários e os avanços específicos vão ao encontro da estratégia do Comando Nacional dos Bancários”, comenta Jaqueline.
Com a aprovação da proposta, a partir de janeiro de 2012, os analistas bancários de nível 1 serão promovidos para o nível 3 e terão seus vencimentos complementados para atingir o piso de R$ 1.760. Os de nível 2 e 3 irão para o nível 4.
“A gente sabe que isso é um paliativo, que não resolve as distorções que existem no PCR. Mas é um grande avanço que eu nem gosto de chamar de promoção especial, como diz o banco, porque foi conquistado pela força do movimento”, afirma o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Alan Patrício, representante do estado na Comissão Nacional de Funcionários do BNB.
Greve mais longa
Mesmo quando os funcionários de outras instituições financeiras já haviam voltado às agências, os bancários do BNB decidiram manter a greve. Entendiam que as negociações ainda tinham muito a avançar e se sentiam desrespeitados depois que o banco atropelara o movimento sindical apresentando propostas para a base sem passá-las pela mesa de negociação.
Em Pernambuco, os funcionários tinham encerrado a greve no dia 17, junto com os demais trabalhadores da categoria. Mas, na sexta-feira, 21, reavaliaram a posição e decidiram retomar o movimento. E o fizeram com força total. “Até algumas agências que não tinham parado antes resolveram aderir, como é o caso de Serra Talhada”, diz.
Para Alan, os funcionários do BNB deram uma demonstração de força e organização. “Agora, vamos manter esta força para exigir mais avanços no processo de negociação permanente, que, inclusive, já está em andamento. A discussão para a revisão do PCR, por exemplo, está em fase de aprovação pelo Dest, mas ainda temos uma série de reivindicações pendentes, como a isonomia e questões relativas à Camed e Capef”, diz.