Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT, coordena debates de Segurança Bancária
André Shalders
Rede de Comunicação dos Bancários
A 12ª Conferência Nacional dos Bancários realizou na tarde deste sábado (24) o grupo de discussão sobre Segurança Bancária. Os principais pontos aprovados, que ainda serão levados à plenária final que ocorre neste domingo, prevêem assistência às vítimas de assalto e seqüestro, adicional de risco de vida de 30% e medidas de prevenção contra ataques a bancos. Os trabalhos foram coordenados por Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária.
Antes da discussão de propostas, Ademir fez um relato sobre o andamento das negociações com a Fenaban, que vem acontecendo na Mesa Temática de Segurança Bancária. “São poucos os pontos onde tivemos avanços efetivos, que esperamos transformar em novas cláusulas na nova convenção coletiva. Teremos de pressionar os bancos na Campanha Nacional para avançar mais, até porque a Fenaban já sinalizou que pretende retomar a mesa de negociação após a Campanha Nacional”, afirma.
Foram definidas garantias de assistência às vítimas de seqüestros e todos os que estiveram no local de assaltos. Além de atendimento médico e psicológico, fechamento da unidade no dia da ocorrência, emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e acompanhamento de advogado do banco para identificação de suspeitos, foi aprovada proposta aprovada na conferência regional dos bancários do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, que reivindica estabilidade provisória para vítimas de assaltos, seqüestros e extorsões no prazo de 36 meses depois da ocorrência. Em caso de processo judicial com decisão favorável ao bancário, esse prazo começaria a contar após o trânsito em julgado. “A demissão de bancários que passam por essa situação é lamentavelmente muito comum e, por isso, precisamos de garantias contra esse arbitrariedade dos bancos”, destacou o diretor da Contraf-CUT.
Foi também aprovada a reivindicação do pagamento do adicional de periculosidade ou risco de vida de 30% para os bancários que trabalham em agências, postos de serviço e outros setores de risco. “A proposta foi lançada pelos vigilantes, uma categoria que ocupa o mesmo ambiente de trabalho dos bancários e que arrancou recentemente essa conquista, através de acordos coletivos em todo país e por meio de projetos de lei aprovados na Câmara dos Deputados e no Senado”, destaca Ademir.
Outro ponto importante definido é a necessidade de proibição do transporte de dinheiro e chaves de cofres por parte dos bancários. A proposta foi reforçada pelo diretor do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, João Rufino. Ele contou que essa prática é mais comum do que se imagina, apesar de ilegal. “É muito comum, especialmente nas cidades do interior, que o bancário seja transformado pelos patrões em transportador de valores, sem nenhuma segurança. E isso cria muitos riscos, sendo que não é raro ver bancário sendo assaltado nessa situação”, denunciou.
Ainda foram aprovadas medidas de prevenção contra assaltos, como a porta de segurança com detectores de metais antes do autoatendimento, câmeras de filmagem com monitoramento em tempo real, vidros blindados nas fachadas, divisórias individualizadas na bateria de caixas e entre os caixas eletrônicos, instalação de vidros nos guichês de caixas e colocação de biombos em frente aos caixas. “As medidas preventivas visam proteger a vida de bancários, vigilantes e clientes e evitar assaltos e o golpe da saidinha de banco”, concluiu Ademir.