Na terça-feira (18), dia em que os bancários voltaram ao trabalho, após 21 dias de greve, a violência atingiu novamente os bancos em Mato Grosso. Pela manhã, o empregado da Caixa Econômica Federal de Barra do Bugres (159 Km de Cuiabá) foi sequestrado e seus familiares viraram reféns para que assaltantes acessassem o cofre da agência.
A esposa, a cunhada e o filho de quatro anos do trabalhador ficaram como reféns e foram liberados entre 11h e 12h, após intervenção policial.
Os três criminosos chegaram por volta das 7h30 à casa do tesoureiro da Caixa no município. De acordo com a Polícia Civil da cidade, as três pessoas que renderam a família portavam armas curtas, ou seja, aquelas mais utilizadas para proteção individual, normalmente revólveres e pistolas.
Segundo a Polícia Federal, que está à frente das investigações, a família foi separada do funcionário, amarrada e colocada numa caminhonete da família. Os sequestradores ficaram circulando na cidade por cerca de quatro horas com os reféns.
Enquanto familiares estavam reféns do crime, o bancário, que avisou ao gerente do banco sobre o ocorrido, ficou com a responsabilidade de conseguir o resgate no valor de R$ 1 milhão. Por volta das 8h, a Coordenação de Segurança da Caixa Econômica de Mato Grosso acionou a PF.
Populares informaram que um dos sequestradores foi até a agência da Caixa na hora em que o cofre estava programado para abrir e que rendeu um vigilantes da agência.
A Polícia Civil informou também que os sequestradores entenderam que não havia este valor na agência e, então, liberaram a família. A PF, porém, disse que não pode divulgar o teor das negociações.
Em nota, a a PF informou que o valor do resgate deveria ser retirado do cofre e levado próximo à fazenda Itamaraty, que fica na região de Barra do Bugres.
Apesar do susto, os sequestradores não feriram nenhuma das pessoas da família do tesoureiro, que também está bem.
Os criminosos não foram identificados, portanto, como explicou o delegado Rodrigo Bartolomeu, da Polícia Federal, ainda estão soltos. Para ele, “o principal é que os reféns estão soltos, que o resgate não foi pago e que a polícia está investigando o caso”.
Estão envolvidos no caso a Polícia Federal, inclusive com o Grupo de Pronta Operação, a Companhia de Operações Aéreas de Mato Grosso, o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e as polícias Civil e Militar. As buscas ocorriam em um canavial da região.
Com isso, Mato Grosso se aproxima do 80ª ataque contra estabelecimentos bancários somente este ano. Não é à toa que o tema segurança foi uma das principais reivindicações da greve nacional da categoria.