(São Paulo) Um terço dos senadores e mais de 10% dos deputados eleitos para o quadriênio 2007-2010 controlam rádios ou televisões. A nova bancada dos donos da mídia no Congresso Nacional foi mapeada pelo jornalista Alceu Luís Castilho, editor da Agência Repórter Social. O levantamento inédito sobre a posse de rádios e TVs por parlamentares foi feito a partir de dados entregues pelos próprios congressistas aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), na maior parte disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Para alcançar o total de 27 senadores, a reportagem aproveitou o trabalho do Instituto de Estudos e Pesquisas em Comunicação (Epcom), do Rio Grande do Sul, que no ano passado divulgou uma lista que incluía os senadores que têm parentes com concessão de rádio ou/e televisão.
O mesmo vale para os deputados, desta vez conforme a lista divulgada em 2005 pelo professor Venício de Lima, da Universidade de Brasília, sobre os deputados que aparecem diretamente na relação de concessionários de rádios e TVs do Ministério das Comunicações.
Segundo Lima, a lista de deputados que têm parentes com concessões ainda não feita, e deve fazer o número de deputados com controle de rádio e televisão passar de 100.
Trampolim da Vitória
Uma das rádios do senador Garibaldi Alves (PMDB), candidato ao governo do Rio Grande do Norte, chama-se Trampolim da Vitória. Ele possui mais sete rádios no Estado e duas televisões em Natal – uma retransmissora do SBT, outra da Rede Globo.
O fenômeno das concessões de rádio e TVs por parlamentares é definido por Venício de Lima e por James Görgen, do Epcom, como "coronelismo eletrônico".
Além dos senadores, inúmeros deputados com rádio e TV estão entre os mais influentes da Câmara. É o caso de Inocêncio Oliveira (PL-PE) e Jader Barbalho (PMDB-PA), ex-presidentes da Câmara e do Senado, e do ex-ministro das Comunicações Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Entre os deputados reeleitos 12 estão na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, justamente a responsável pela aprovação ou renovação de outorgas.
Fonte: O Jornalista