(Curitiba) Filas nos bancos e demora no atendimento. A própria Fenaban aponta que quase metade dos clientes leva mais de 15 minutos na fila do banco até conseguir atendimento. A solução é simples, aumentar o número de contratações. Com mais bancários, o atendimento não apenas fica mais ágil, mas também com mais qualidade.
Uma das reivindicações da categoria bancária que será apresentada à Fenaban é a ampliação do horário de atendimento bancário com dois turnos de trabalho e respeito à jornada de seis horas. Com isso, os trabalhadores esperam não apenas dar ao público um melhor atendimento, como também ampliar o número de postos de trabalho disponíveis nos bancos e defender seus empregos.
O problema é que a sede por lucratividade dos banqueiros é tanta, que extrapola qualquer raciocínio lógico. Tirar esta lucratividade do suor dos trabalhadores é, aparentemente, muito fácil, ainda mais quando se fala de uma categoria que é cada vez mais exigida, pressionada para o cumprimento de metas abusivas e ao mesmo tempo, desprezada pelos patrões e, apesar do crescente esforço, não conta com qualquer garantia de emprego.
Inversão da curva
Por outro lado, pesquisa realizada pelo Dieese PR aponta que há uma luz no fim do túnel e que a dedicação do movimento sindical em exigir mais empregos com condições dignas de trabalho no ramo financeiro está obtendo bons resultados.
Em junho deste ano, foram criadas no Paraná 113 vagas em bancos. Destas, 94 só em Curitiba e Região Metropolitana. No período de julho de 2005 a junho de 2006, foram criadas no Paraná mais de 1400 vagas, 63% delas em Curitiba e região. "Isto significa uma taxa de crescimento de quase 6% nos últimos doze meses no nível de emprego dos bancários", afirma o economista Cid Cordeiro, do Dieese PR.
Segundo a pesquisa, existem hoje no Paraná 25.545 bancários, 15.171 em Curitiba e região e 10.374 no interior. "Por vários anos, o número de trabalhadores bancários esteve abaixo de 10 mil no interior e de 15 mil na capital e Região Metropolitana. Agora está a mais", ressalta Cordeiro. "A maior importância disto está na mudança de tendência, até 2002, o emprego do bancário estava caindo", completa.
Segundo as estatísticas do Dieese, em 1990 haviam 750 mil bancários no Brasil. Em 2004, eram 405 mil. "Esta queda acentuada foi em decorrência da terceirização, da fusão dos bancos e da inserção de novas tecnologias", afirmou o economista. "Porém, de 2002 até 2005 ocorreu um aumento gradativo. Tanto que, em 2001, o número de bancários chegou a ser de 390 mil. Esta mudança de tendência, apesar da distância do patamar de emprego da década de 90, é conseqüência da mobilização da categoria, dos concursos públicos e do impulso ao crédito consignado." O Dieese afirma que hoje existem no Brasil 414.738 bancários.
Mais bancário significa mais trabalhadores lutando por melhores condições de vida e de trabalho durante a Campanha Nacional. Maior participação e portanto, mais força para o movimento.
Apesar do aumento de empregos ser uma boa notícia, resultante da luta do movimento sindical e da política do atual governo federal que promoveu concursos públicos e contratações na Caixa Econômica e no Banco do Brasil, ainda não é suficiente. A diminuição das filas virá com o emprego de mais trabalhadores nas agências.
Fonte: Patrícia Meyer – Fetec PR