Banc rios protestam em Bras¡lia contra reajuste de deputados e senador

(Brasília) A diretoria do Sindicato de Brasília participou nesta terça-feira, 19, de atos contra o reajuste de 90,7% dos senadores e deputados federais. Pela manhã, os bancários acompanharam manifestação promovida pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) na Esplanada dos Ministérios. À tarde, o Sindicato recolheu assinaturas  no Setor Bancário Sul (SBS) para abaixo-assinado contra o aumento dos parlamentares.

Nesta quarta-feira 20, em repúdio ao acordo dos líderes do Congresso Nacional para aumentar o salário dos deputados e senadores, a CUT recepciona, em forma de protesto, os parlamentares no aeroporto de Brasília. A diretoria do Sindicato, que também é contra o reajuste, participa da manifestação, a partir das 8h.

Na próxima semana, a CUT entrega a líderes partidários da Câmara dos Deputados e do Senado abaixo-assinado em repúdio ao acordo dos líderes do Congresso Nacional para aumentar o salário dos parlamentares. A expectativa é que o abaixo-assinado reúna mais de 1 milhão assinaturas em todo o país.

Se a tentativa de reajuste obtiver sucesso, os parlamentares da próxima legislatura passarão a receber R$ 24.600,00 apenas de salários; com as demais verbas concedidas à atividade parlamentar, a remuneração de cada deputado superará os R$ 100 mil mensais.

Enquanto milhares de trabalhadores precisam se organizar e marchar sobre Brasília para exigir aumento do salário mínimo; enquanto sindicatos mobilizam suas bases, fazem greves e manifestações para conseguir alguns pontos percentuais acima da inflação, os parlamentares se reúnem na “calada da noite” para aumentar os próprios salários.

O reajuste dos próprios vencimentos nesses índices (quase 91%) é uma afronta à população. “Desde o último aumento dos parlamentares [em 2002], a inflação acumulou cerca de 28%, por isso não há justificativa para dobrar os salários dos deputados e senadores”, explica Rodrigo Britto, diretor do Sindicato.

Com esse aumento, os parlamentares brasileiros passarão a ganhar mais do que os deputados dos EUA, quase o dobro dos congressistas ingleses e oito vezes mais que seus pares argentinos, que recebem, com todos os complementos, cerca de R$ 12 mil mensais.

De norte a sul do país a notícia causou indignação na população. O escândalo ganhou, inclusive, repercussão internacional. Diversos órgãos da imprensa estrangeira destacaram a notícia, comparando o aumento dos parlamentares com o que está proposto para o salário mínimo; o jornal espanhol El País chegou a calcular o salário de outros parlamentos europeus e concluiu que o legislador brasileiro é o mais bem pago do mundo.

“O aumento dos salários dos deputados não causa problemas apenas no orçamento federal, que deve ter gasto extra anual de R$ 1,66 bilhão, mas tem efeito cascata sobre os legislativos estaduais e municipais, porque o teto dos salários dos deputados estaduais segue a proporção dos vencimentos dos federais”, afirma o presidente do Sindicato, Jacy Afonso.

 

Fonte: Seeb Brasília

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