Banc rios participam de Curso do N£cleo Piratininga de Comunica‡Æo

(Rio) Foi uma maratona de 14 palestras e três oficinas o 12º Curso Anual do Núcleo Piratininga de Comunicação. Os participantes eram sindicalistas e jornalistas sindicais de todo o Brasil. O tema deste ano foi “A fusão da mídia com o Estado e os limites da indústria de manipulação de consciências”. Entre 30 de novembro e 3 de dezembro, se discutiu muita política e até futebol.

 

O assunto mais abordado foi a manipulação que a grande mídia impôs durante o processo eleitoral e as formas possíveis de melhorar a comunicação sindical para fazer frente a este poder. Fazer chegar a um maior número de trabalhadores o outro lado das questões foi o grande desafio colocado.

 

Além de discussões abrangentes, que tratavam de diversas mídias, também houve mesas mais específicas: a TV digital, o cinema e a TV-Sul, emissora venezuelana montada pelo governo de Hugo Chavez, colocaram em debate as opções de comunicação que podem ser exploradas pelos movimentos sindical, social e popular.

 

As atividades começaram com oficinas práticas, antes das palestras do primeiro dia. Vito Giannotti, coordenador do NPC, apresentou as oficinas de Linguagem e de Infográficos e Diagramação. L. C. Maranhão, editor do jornal do Sintufrj (trabalhadores da UFRJ), apresentou a oficina de Pauta. Todas foram fundamentais na orientação dos participantes sobre a melhor forma de produzir uma comunicação eficiente, que seja realmente compreendida pelos trabalhadores.

 

Na parte da tarde, Venício Lima, professor de comunicação da UnB, que colocou a discussão “São os meios de comunicação onipresentes?”. O jornalista Ricardo Kotscho, ex-assessor de comunicação do presidente Lula, colocou as dificuldades de se trabalhar com a mídia quando toda ela está contra o assessorado. Denis de Morais, professor da UFF, falou sobre “Cultura midiática e poder mundial”. José Arbex Jr e Hamilton de Souza, jornalistas e professores de comunicação da PUC-SP, debateram “A fusão da mídia com o Estado”.

 

O segundo dia de curso começou com o debate sobre “Como a televisão pode se tornar um serviço público”, com Laurindo Leal, professor de comunicação da USP e Joaquim Palhares, diretor da Agência Carta Maior. Ademar Bogo, da coordenação nacional do MST, discutiu com Adeleide Gonçalves “Cultura a serviço de um projeto de sociedade”. Gustavo Gindre, jornalista, professor de comunicação e um dos maiores nomes da discussão sobre TV digital no país, dividiu com Marcos Dantas, professor da PUC-Rio a mesa “TV Digital: para onde vai a TV no Brasil?”. O jornalista Raimundo Pereira – que revelou o uso do caso dossiê na tentativa golpista contra a candidatura de Lula – foi homenageado pelos seus 40 anos de jornalismo militante. A última mesa do dia foi com o professor de sociologia Giovanni Alves e o cineasta Beto Novaes, sobre “Cinema e a transformação social”.

 

No terceiro dia, Altamiro Borges, da revista Debate Sindical, e Virgínia Fontes debateram “Marx, Lênin, Gramsci e o papel da mídia, hoje”. Em seguida, Marcelo Freixo, pesquisador do Centro de Justiça Global, falou sobre “A pauta que a imprensa popular e sindical precisa”. Nesta mesa houve também a participação da índia guarani Marize, ou Tamikuã, professora de história e ex-coordenadora da Comissão de Mulheres da CUT-RJ, e de Gurarapirá, pataxó do sul da Bahia. Eles falaram da condição do índio no Brasil e revelaram um dado alarmante: atualmente, 18 mil índios vivem em cidades, a grande maioria em favelas. A mesa seguinte foi com Kjeld Jakobsen, do Observatório Social e do Observatório Brasileiro de Mídia, e com Marcos Alvito, antropólogo e historiador da UFF, que falaram sobre “A pesquisa como ferramenta de comunicação”. A colunista esportiva e vereadora (PT-SP) Soninha Francine e o professor da PUC-Rio Adair Rocha debateram “Futebol, Política e Comunicação”.

 

O último dia teve a palestra “Outra Comunicação é necessária: alternativas para hoje”, com Beto Almeida, representante da TV-Sul no Brasil, e Vito Giannotti, do NPC. Ao final, foi oferecida aos participantes uma feijoada, servida no restaurante do Sindipetro-RJ. As cachaças tradicionais presenteadas pelas delegações de vários estados foram saboreadas com o feijão.

 

Moção

Foi aprovada durante o curso o envio de uma moção ao governo da Colômbia pela libertação do jornalista Freddy Muñoz, correspondente da Telesur naquele país. Ele foi preso em 19 de novembro no aeroporto de Bogotá. Autoridades do Departamento Administrativo de Segurança (DAS) prenderam o repórter sob alegação de ter cometido delitos de “rebelião e terrorismo”.

 

Fonte: Feeb RJ/ES

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