(Curitiba) Os bancários solicitam que os bancos exijam em seus contratos com empresas de vigilância a realização de treinamento focado para a segurança das agências e que tomem todas as providências cabíveis para dotar suas instalações contra roubos. São reivindicações dos trabalhadores a instalação de portas de segurança, vidros à prova de balas, colete à prova de bala para os vigilantes e a realocação das portas de segurança existentes para antes do auto-atendimento.
Em Curitiba, várias agências do Unibanco não dispõem de portas com detector de metais. "O trabalhador está inseguro e a prevenção é ainda a melhor forma de combater a criminalidade", afirma Júnior César Dias, secretário de assuntos dos bancos privados do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. "Os criminosos muitas vezes não sabem que os trabalhadores não têm acesso ao cofre. Isso pode gerar nervosismo no assaltante, pensando que o bancário está mentindo. Nestas situações de tensão, tudo pode acontecer e a integridade física do trabalhador está em jogo".
Os bancários também pedem que a abertura e o fechamento das agências sejam realizados por empresas especializadas
Após a avaliação do quadro de saúde dos trabalhadores, se eles não apresentarem condições de trabalho, os mesmos deverão ser afastados temporariamente sem prejuízo de direitos ou de salários. A segurança dos trabalhadores é de responsabilidade da empresa, por isso trata-se de acidente de trabalho.
O assalto pode ser fator gerador de problemas de saúde que podem aparecer mesmo meses após o fato traumático. Se confirmada a relação, o trabalhador terá assegurado o direito de estabilidade por um ano após o retorno ao trabalho e todo o recolhimento do FGTS.
A questão não se resume a adotar medidas de segurança nos bancos. Por isso, os trabalhadores também devem exigir do governo, a elaboração de políticas públicas eficientes no combate à criminalidade.
Assalto é acidente de trabalho
A Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Estado do Paraná (Fetec-CUT-PR) alerta: Assalto é um tipo de acidente de trabalho. Nos casos de assaltos às unidades bancárias, os trabalhadores devem procurar o Sindicato imediatamente se o banco não emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).
Quando uma agência bancária é assaltada a empresa deve emitir a CAT para todos os trabalhadores envolvidos, encaminhando a comunicação ao INSS. Não é papel do banco apontar se houve ou não redução ou perda de capacidade do trabalhador. Isto é função do INSS.
Diferente de casos de acidente ou doença profissional essa CAT (gerada em casos de assalto) não requer afastamento das funções. Ela registra que o trabalhador esteve exposto a uma situação de risco. "Se no futuro a pessoa desenvolver doenças como problemas psicológicos, por exemplo, a CAT comprova a relação entre o distúrbio e as condições de trabalho", explica Gilberto Gedeão Soares, secretário de Saúde e Condição de Trabalho da Fetec PR.
Se mesmo sendo uma obrigação, o banco recusar a emitir a CAT, o Sindicato, o próprio trabalhador e o médico que o assistiu podem emitir a comunicação. "É interessante que o trabalhador colete documentos como cópia do boletim de ocorrência, laudos de médicos e psiquiatras, jornais e publicações sobre o evento se futuramente, se sentir prejudicado e desejar solicitar uma indenização", comenta Gilberto Gedeão Soares.
Fonte: Patrícia Meyer – Fetec PR