(São Paulo) A Contraf-CUT, junto com a Comissão de Empresa, e a direção do banco Santander reuniram-se na última terça-feira em mais uma rodada de negociações do Comitê de Relações Trabalhista. Os representantes dos bancários cobraram uma série de medidas da empresa, que vão desde o fim das metas e do assédio moral, até o respeito pela jornada de trabalho, mais contratações e mais segurança para os trabalhadores e clientes.
Há alguns dias, o Santander distribuiu uma cartilha para os caixas, cobrando deles a postura de vendedor, inclusive com dicas para ampliar as vendas de produtos e serviços. “Nós sempre denunciamos que o Santander tem estipulado metas para os caixas e o banco sempre negou. Temos a informação que constantemente o banco faz reuniões com os bancários antes e após o horário de trabalho. Com a cartilha em mãos, cobramos na reunião uma explicação e o fim imediato das metas. Reafirmamos também que caixa não é vendedor. O banco justificou que está passando por mudanças estruturais, mas que os caixas não têm metas. E afirmaram que a cartilha editada vai ser revista. Vamos continuar de olho e os bancários que sofrerem qualquer pressão para vender produtos devem denunciar ao sindicato”, afirmou Paulo Stekel, diretor da Contraf-CUT e funcionário do Santander.
Os representantes dos bancários exigiram que os gestores sejam orientados formalmente a parar com a exposição, a humilhação e as ameaças de demissão em reuniões. O Santander afirmou que avaliará casos pontuais e dará ênfase a importância do cumprimento do Código de Ética.
Na reunião, a Contraf-CUT também cobrou uma denuncia apresentada pelos bancários de Porto Alegre. Segundo eles, o Santander comunicou que não haverá pagamento de horas extras, forçando a compensação com o banco de horas. O Santander ressaltou que não existe banco de horas e que a compensação praticada é a semanal, segundo os termos da legislação trabalhista. E garantiu que não procede a informação de que não haverá pagamento de horas extras.
Os representantes dos bancários aproveitaram a negociação para cobrar uma série de pendências. Uma delas é que os atestados de saúde, em casos de afastamento, possam ser entregues ao RH do banco por qualquer pessoa. Hoje, o Santander exige que o atestado seja entregue pessoalmente pelo funcionário, que muitas vezes não tem condições físicas para comparecer no banco.
Outro problema é com a segurança, já que alguns locais, como o posto no centro clínico do hospital São Lucas, da PUC-RS, não possuem porta giratória de segurança.
O banco prometeu respostas para o próximo encontro
Plano de Cargos e Salários
Outro assunto debatido na reunião desta terça foram as denúncias de que vem ocorrendo promoções sem o devido aumento no salário. Há ainda casos de contratações de novos gerentes com salário muito acima do valor que recebe um gerente mais antigo com o mesmo cargo e função.
“Nós pedimos que o banco disponibilize o PCS atual para podermos negociar e corrigir as distorções. O Santander precisa tratar com isonomia todos os trabalhadores. O banco aceitou e vamos discutir a questão numa reunião especifica, ainda sem data marcada”, disse Paulo Stekel.
Fonte: Contraf-CUT