(São Paulo) Um dia antes da rodada de negociação entre a Contraf-CUT e o Itaú, os funcionários do banco realizaram hoje uma série de protestos em todo o Brasil, em mais um Dia Nacional de Lutas. O objetivo das manifestações é pressionar o Itaú para que a empresa aceite a reivindicação dos bancários sobre a PCR (Participação Complementar nos Resultados).
Na última rodada de negociação, realizada no dia 7 de dezembro, a Contraf-CUT apresentou ao Itaú uma nova proposta de PCR. Ela prevê o pagamento de R$ 1.500, creditados no dia 22 de dezembro, de forma linear para todos. Esse valor não é para ser descontado dos programas próprios e nem para se levar em conta os cinco indicadores que o banco impôs para o pagamento da PCR.
“Como até agora não avançamos em nenhuma reivindicação, a Contraf-CUT decidiu orientar este Dia Nacional de Lutas. Só com mobilização e muita pressão vamos garantir que nossa pauta seja atendida”, avalia Carlos Cordeiro, secretário-geral da Contraf-CUT e funcionário do Itaú.
Em Brasília, o Sindicato retardou nesta quarta-feira em duas horas a abertura da agência do Itáu da 706 Norte. Durante o ato, os sindicalistas informaram para a população os motivos da paralisação e pediram a compreensão e apoio de usuários e clientes.
No Rio de Janeiro, a paralisação foi no CPD de São Cristóvão, que não funcionou das 5 horas da manhã até meio-dia, com todos os 300 funcionários parados. A manifestação contou com a adesão de 60 trabalhadoras contratadas via terceirização da On Time. O Sindicato vai denunciar essas contratações ilegais na DRT.
O Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região e a Federação dos Bancários do RS realizaram atividade diante da agência 0159 (Praça da Alfândega), no centro da capital gaúcha. Os bancários também protestaram contra as demissões feitas pelo banco em Porto Alegre.
Em Mato Grosso, os bancários paralisaram por uma hora a principal agência do Itaú, localizada no coração financeiro de Cuiabá. Foi realizada uma reunião com os funcionários, que mostram indignação pela recusa do banco em ampliar benefícios. Durante a manifestação, houve momentos de tensão, o Itaú chamou a Polícia Militar, como forma de represália aos bancários e aos sindicalistas.
Na capital mineira, os bancários paralisaram por duas horas a principal agência de Belo Horizonte. Em um protesto bem humorado, o Sindicato distribuiu vários cachorros de plástico à população ao som da música “Eu não sou cachorro não”. O ato denunciou a postura do banco aos clientes, que também foram informados sobre a exploração do sistema financeiro com uma apresentação teatral. No interior, os bancários de Juiz de Fora realizaram manifestação em três agências do Itaú. Os diretores do Sindicato distribuíram aos bancários um cartão acompanhado de uma fita preta com o dizer “Itaú feito para você ser explorado. Exigimos uma PCR mais justa”.
No Piauí, o Dia de Luta teve um componente a mais com demissão de um funcionário da agência Jóquei do Itaú que tinha mais de 12 anos de serviços prestados ao banco. Os bancários realizaram, de 8h às 9h, uma manifestação em frente ao Itaú no centro de Teresina. A justificativa para demissão, segundo o funcionário demitido, foi pelo fato de não ter atingido as metas nas vendas de produtos do banco. Panfleto contendo os motivos da manifestação foi distribuído a clientes e a população.
O Dia de Luta foi forte em São Paulo e no interior do Estado. Na capital paulista, os funcionários do Centro Tecnológico Operacional (CTO) do Itaú tiveram um almoço diferente. Num divertido ato de protesto promovido pelo Sindicato, os bancários almoçaram jabá com carne seca. Cerca de dois mil trabalhadores participaram do protesto, que começou às 12h e terminou às 13h30.
Em Campinas, só abriram após as 10h as agências Costa Aguiar, Nova Glicério, Francisco Glicério e Jequitibás. Em Piracicaba, houve distribuição de carta-aberta nas seis agências do Itaú. O mesmo ocorreu em São José do Campos, São José do Rio Preto, Sorocaba e Taubaté.
No ABC paulista, os protestos também foram fortes. Em Catanduva, o Sindicato realizou um manifesto nas agências da cidade e das vizinhas Monte Alto, Itápolis, Ibitinga, Novo Horizonte e Jose Bonifácio. Na agência de Catanduva, o manifesto contou com a presença de um papai Noel, que distribuiu balas e abacaxi aos funcionários.
No Mato Grosso do Sul, o Sindicato dos Bancários de Dourados e Região retardou a abertura da agência do Itaú por meia hora e os clientes foram alertados pelos abusos que o banco vem cometendo com as metas abusivas e o desrespeito à qualidade de vida dos funcionários. Em Três Lagoas, os diretores do Sindicato realizaram reuniões e visitas às agências com distribuição de carta aberta aos clientes e jornal específico para os funcionários.
No Paraná, o Dia de Luta no Itaú foi muito forte. Além de Curitiba, os bancários de Londrina retardaram em um hora a abertura de cinco agências, enquanto os colegas de Umuarama, Assis Chateaubriand e Região realizavam manifestações, com distribuição de panfletos aos clientes e usuários.
Em Rondônia, o Sindicato paralisou por uma hora a agência centro de Porto Velho e a agência de Ji-Paraná.
Fonte: Contraf-CUT, com sindicatos