Banc rios do BRB aderem … Campanha Nacional

(Brasília) Os delegados sindicais do BRB, reunidos durante seminário realizado na última sexta-feira 18, aprovaram a estratégia da Campanha Nacional, com negociações simultâneas das questões específicas. Foram discutidas estratégias de encaminhamento da campanha e temas de interesse dos bancários, como Regius e BRB Saúde.

 

Além de cobrar do BRB o cumprimento das cláusulas negociadas com a Fenaban (por exemplo, aumento real e PLR maior com distribuição linear), os bancários aprovaram as seguintes reivindicações específicas, que serão levadas à direção da instituição:

 

* Unificação da cesta-alimentação (mesmo valor dos demais bancos).

* Manutenção do atual modelo de PLR, com distribuição linear.

* Retorno do auxílio-educação para curso superior aos admitidos a partir de 2000.

* Comissão paritária para discutir as funções comissionadas, especialmente as das agências.

* Processo seletivo para ocupação de funções transparente e objetivo, com possibilidade de recurso ao Sindicato em caso de contestações de resultado.

* Isonomia para todos os funcionários.

* Comissão paritária para rediscutir plano de saúde.

 

Os delegados sindicais decidiram ainda cobrar do BRB que faça gestões junto ao GDF para que os funcionários do banco sejam atendidos pelo programa habitacional dos servidores do governo.

 

Ao final do seminário, os bancários aprovaram a estratégia de campanha debatida ao longo do dia, com as reivindicações a serem levadas à direção do banco.

 

Lutar para conquistar

Presente na abertura do evento, o presidente do Sindicato de Brasília, Jacy Afonso, fez uma breve análise sobre a importância das campanhas salariais na vida dos trabalhadores. "O reajuste que recebemos a cada ano vai influir na nossa aposentadoria futura", afirmou, lembrando o compromisso do envolvimento de cada bancário na construção de uma campanha forte e unida.

Privatização

Ao destacar que o BRB é um dos poucos bancos estaduais ainda não privatizados, Jacy Afonso afirmou que, durante os oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso, 22 bancos estaduais desapareceram. "A defesa dos bancos públicos é fundamental para o desenvolvimento sustentável do Distrito Federal e Entorno".

Perda das contas do GDF

O presidente do Sindicato também criticou a decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF), que declarou inconstitucional o artigo 3º da Lei Distrital nº 3.205, de 2003, segundo o qual os servidores do GDF só podem receber seus salários pelo BRB. Com isso, abre-se a possibilidade de o servidor escolher qualquer banco para ter creditados seus vencimentos.

 

A perda da exclusividade do pagamento dos servidores do GDF – por se tratar de um volume de recursos considerável –, pode provocar um grande prejuízo ao BRB, o que certamente impactará os resultados futuros do banco.

 

O secretário de Finanças do Sindicato, João Batista Machado, funcionário do BRB, pediu união na campanha salarial deste ano e das próximas. "É preciso discutir uma proposta de longo prazo para o BRB".

 

Já André Nepomuceno, secretário de Estudos Socioeconômicos do Sindicato e funcionário do BRB, lembrou que a direção do banco é arbitrária e descompromissada com os empregados do BRB. "A direção não tem postura de negociar. Por isso, a representatividade dos delegados sindicais é essencial para construir unidade do banco e agregar à campanha nacional dos bancários".

 

Lucros x tarifas

A economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) Ana Quitéria fez uma análise dos lucros do sistema financeiro. Segundo ela, em 2005, os bancos arrecadaram R$ 41 bilhões em tarifas, enquanto a despesa com pessoal não ultrapassou os R$ 36 bilhões. "Com o fim da inflação os bancos tiveram que incrementar seus lucros por meio do aumento das tarifas".

 

Ana Quitéria explicou que não há previsão sobre o lucro do BRB para o primeiro semestre. "É imprevisível. Não sabemos se o banco vai dar lucro ou prejuízo devido a falta de clareza dos últimos balanços apresentados pela diretoria". Em 2003 o BRB teve lucro de R$ 13,7 milhões. No ano seguinte teve resultado positivo de R$ 17,77 milhões. Em 2005, obteve 23 milhões de lucro.

 

Regius

Antonio Eustáquio, secretário de Relações com a Comunidade do Sindicato e conselheiro fiscal (eleito) da Regius, falou sobre o fundo de pensão. Embora a situação financeira da Regius seja relativamente confortável, lembrou o diretor, o investimento em Corumbá IV é cercado de dúvidas quanto à sua viabilidade e pode gerar perdas ao fundo. "Alertamos sobre os riscos do investimento com uma campanha intensa de divulgação, mas não conseguimos evitar o aporte de recursos", afirmou Eustáquio, explicando que o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) condenou Corumbá IV por ser economicamente inviável.

 

Além dos riscos de Corumbá IV, o diretor do Sindicato citou ainda investimentos feitos pela Regius lastreados por títulos do extinto FCVS (Fundo de Compensação de Variações Salariais) e do Banco Santos. "Dificilmente o BRB vai recuperar esses investimentos. E isso pode refletir futuramente em nossas aposentadorias".

 

Apesar dessas operações de risco, autenticadas pela diretoria da Regius de forma arbitrária e sem qualquer consulta aos associados, o fundo de pensão tem a maior parte do seu patrimônio investido em títulos de renda fixa, o que garante um retorno seguro.

"A garantia da boa gestão da Regius é o acompanhamento diuturno que os participantes devem fazer, aliado à postura firme dos conselheiros eleitos", diz Eustáquio.

 

"O seminário foi muito proveitoso. Além do aumento do número de delegados sindicais participantes, o nível dos debates e o envolvimento dos participantes nas discussões ultrapassaram todas as expectativas", afirma o diretor do Sindicato Kleytton Morais.

O seminário foi realizado das 9h às 18h, no Parlamundi da Legião da Boa Vontade (LBV).

 

Fonte: Seeb Brasília

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