(Rio) A tarde da última sexta-feira foi especial para 43 bancários do BB de Teresópolis (RJ). Eles foram representados pelo Sindicato dos Bancários numa ação ajuizada em 1989 contra o banco e receberam um total de R$ 7.652.327,60. Pelas contas da entidade, o banco deveria pagar cerca de R$ 12 milhões, mas a planilha apresentada pelo BB indica o valor menor.. O sindicato resolveu, então, pleitear junto ao juiz a liberação da parte incontroversa e continuar discutindo o pagamento do restante. O Juiz deferiu o pedido do Sindicato, que foi repassado aos bancários na tarde de sexta.
A ação é sobre uma equiparação salarial entre os funcionários do BB e do Banco Central – conhecida como “ação dos 40%” – que foi pleiteada por diversos sindicatos do país no final dos anos 80. O sindicato de Teresópolis foi um dos pioneiros. Logo na primeira instância, o então juiz titular da vara do trabalho de Teresópolis, Aluízio Correa da Veiga – hoje ministro do Tribunal Superior do Trabalho – deu o ganho de causa no mérito aos bancários. O banco recorreu, mas perdeu os prazos legais para apresentação do recurso, o que confirmou a sentença anterior – por causa desta falha, o departamento jurídico do banco demitiu o advogado que atuava na causa.
Em setembro de 1994 já havia sido paga uma parte do valor devido. Depois de pagar esta primeira parcela, o banco ainda questionou a ação, na tentativa de evitar o pagamento do restante e de reaver o dinheiro já pago através de ações rescisórias. Mas a sentença foi confirmada e o sindicato requisitou a penhora de bens do banco como garantia da execução. Ficaram indisponíveis diversas agências, inclusive uma no centro de Teresópolis e outra no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro. Para que o BB pudesse reaver suas unidades, o sindicato solicitou que o pagamento fosse feito em até 48 horas. O depósito foi feito em 25 de setembro e o alvará foi expedido na última terça-feira, liberando o dinheiro para o sindicato.
Homenagem
O advogado que representou o Sindicato no início da ação, Acrísio de Moraes Rego Bastos, faleceu durante o processo, que foi assumido pelo seu filho, Saulo Costa. Durante a solenidade de entrega dos cheques aos bancários o Sindicato prestou uma homenagem ao advogado.
Fonte: Feeb RJ/ES