(São Paulo) O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, com apoio da FETEC/CUT-SP, organizou nesta manhã protesto contra a falta de segurança nas agências do Unibanco. A atividade consistiu em paralisação das 8h às 12h com denúncias sobre as mudanças que vêm sendo implementadas pelo banco, cuja conseqüência é a exposição de bancários e clientes à ação de assaltantes.
As mudanças no Unibanco tiveram início em 2004 com a implantação do Teller Assist (T.A.), sistema que impede o acesso dos funcionários ao dinheiro disponível na agência, levando o banco a retirar vários mecanismos de segurança. Mais recentemente, a empresa colocou em prática um projeto de reestruturação de lay-out, que está resultando na retirada das remanescentes portas com detector de metais nas poucas agências que ainda contavam o equipamento. “Com isso, cresceu o número de assaltos no Unibanco e conseqüentemente o risco a bancários, clientes e usuários. Para se ter idéia, em apenas 45 dias uma única agência (Nova Osasco) foi alvo de assaltantes por três vezes, inclusive com agressões físicas a um gerente e a clientes”, denuncia o diretor da FETEC SP, Antonio Soares Vieira Filho, o Tonhão, ao lembrar duas outras recentes ocorrências na capital paulista: agência Marconi há 30 dias e agência XV de Novembro, em plena luz do dia, há 10 dias.
O dirigente também denuncia orientações da área de segurança do Unibanco para não se registrar boletim de ocorrência quando não houver vítima e o dano for apenas financeiro. “Nesses casos, o banco também não comunica os sindicatos, o que inviabiliza a emissão de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho). Além disso, existem orientações internas para que os funcionários evitem comentários no sentido de diminuir repercussões”, relata o diretor da FETEC SP.
Na avaliação de Tonhão, com a prática, o Unibanco colabora com a subnotificação e coloca na sombra uma realidade que, cada vez mais, aflige bancários e clientes da instituição. “Se hoje já enfrentamos problemas com a falta de informações por parte da Secretaria de Segurança Pública que não revela estatísticas de ocorrências nos bancos, o Unibanco só tende a agravar a situação, uma vez que sem informações dificulta-se a tomada de providências cabíveis”, destaca o dirigente.
As paralisações desta terça-feira em várias agências da Grande SP contaram com boa receptividade não apenas de bancários, mas da população que vê com preocupação a crescente investidas de marginais.
Fonte: Lucimar Cruz Beraldo – Fetec CUT/SP