Banc rios de Curitiba protestam na sede do HSBC

(Curitiba) Nesta terça-feira (17), o Sindicato dos Bancários de Curitiba irá promover protestos contra as demissões que o HSBC realizou na semana passada em todo o país. A reestruturação do banco não afeta apenas os funcionários que perderam seus empregos, mas especialmente os clientes HSBC.


“Os clientes enfrentam filas, tarifas altas e falta de funcionários nas agências. Ao invés de melhorar esta situação e assegurar um melhor atendimento, o banco agiu de má-fé e demitiu centenas de trabalhadores”, afirma Marco Aurélio Vargas Cruz, diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba.

 

O Sindicato dos Bancários de Curitiba contabilizou 33 demissões na quinta e sexta-feira da semana passada. No Paraná são cerca de 100 demissões e no Brasil, 393. “Somadas a outras 52 demissões realizadas no primeiro trimestre deste ano, são 85 demissões em Curitiba”, afirma Marisa Stedile. “Em 2006, o HSBC teve o maior lucro de sua história de dez anos no Brasil. Um crescimento de 11% em relação a 2005. Um banco que lucra como o HSBC não tem a necessidade de enxugar o quadro de funcionários desta forma e com isso prejudicar diretamente o atendimento aos seus clientes”.

 

Onde está a responsabilidade social?

No dia 10, o HSBC inaugurou uma nova sede do Instituto HSBC Solidariedade em Curitiba. O banco também divulgou que pretende expandir seus projetos de responsabilidade social no Brasil e comemorou o primeiro ano do HSBC Solidariedade e os dez anos do banco no Brasil com show do cantor Milton Nascimento e presença do presidente mundial, Michael Geoghegan.


Infelizmente, na prática, “nem tudo são flores”. Os funcionários são induzidos a contribuir em ações sociais, como compra de ovos de Páscoa para crianças carentes ou presentes de final de ano, por exemplo, custeados por eles mesmos. O banco utiliza a boa vontade dos funcionários e se apropria da ação, ou seja, embute em seu balanço de responsabilidade social como um projeto da empresa. Isto sem contar as isenções tributárias garantidas por estas ações. 


Outro desejo do banco é estar entre as melhores empresas do país para se trabalhar. Com este intuito, o HSBC pressionou os funcionários a preencher o questionário da pesquisa. Dias depois, realizou as demissões.


“As atitudes do corpo diretivo do HSBC demonstram que eles apenas estão preocupados com a imagem do banco e não com seus funcionários e clientes”, lamenta Marisa Stedile, presidente do Sindicato dos Bancários. “As demissões foram um golpe nos bancários que temem novas dispensas. Não há como acreditar na palavra do banco depois desta traição”. Marisa Stedile se refere à reunião realizada em 4 de abril, entre representantes dos funcionários e do banco. No encontro, o HSBC assegurou que não haveria demissões. O banco fechou 30 Centros de Serviços em todo o país e afirmou que os 1068 funcionários que atuavam nestes locais de trabalho seriam realocados para as agências. O banco preservou estes bancários, que recebem salários mais baixos e demitiu outros funcionários que atuavam nas agências e eram funcionários de carreira, especialmente gerentes de aquisição.   


“Para ser responsável socialmente, o banco deveria fazer a lição de casa e cumprir o acordo com os representantes dos funcionários”, complementa Marco Aurélio Cruz.

 

Fonte: Patrícia Meyer – Seeb Curitiba

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