Banc rios de Curitiba promovem arrastÆo no centro da cidade

(Curitiba) Os bancários de Curitiba e região realizaram, nesta manhã (25), um arrastão no Centro da cidade. Com faixas de protesto e nariz de palhaço, os bancários caminharam pelas ruas XV de Novembro, Marechal Deodoro e Marechal Floriano, fazendo pausas em todas as agências do percurso. Os trabalhadores estavam acompanhados de um palhaço e de uma banda. Afinal, como dizia uma das faixas “Com um lucro desses, índice zero é palhaçada”.

 

Os trabalhadores visitaram várias agências dos bancos Itaú, Caixa Econômica Federal, Banco Mercantil, HSBC, Unibanco, Banco Real, Banco do Brasil, Safra, Bradesco e Santander Banespa.

 

Interdito

Em todas as agências, as ações promovidas pelo movimento sindical permitiram a livre circulação de clientes e dos bancários. O final do arrastão foi em seu ponto de partida, o HSBC Palácio Avenida (local onde se concentra a alta direção do banco).

 

Ao som de “Tá chegando a hora”, os bancários fizeram trenzinho, enfrentando com brincadeiras a arbitrariedade do banco que conseguiu, na data de ontem (24), um interdito proibitório coibindo paralisações em todas as suas agências, sedes e postos de atendimento.

 

A ação do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região e da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Estado do Paraná (FETEC-CUT-PR) teve como objetivo conscientizar os clientes de que os bancos, após terem alcançado um dos maiores lucros da história, negaram todas as reivindicações dos trabalhadores. Dentre elas, medidas para melhorar a segurança das agências, diminuir as filas e assegurar um melhor atendimento.

 

José Paulo Staub, presidente em exercício do Sindicato e funcionário do

Banco do Brasil, diz que a proposta de índice zero de reajuste para este e para os dois próximos anos caiu como uma bomba para os bancários.

 

“Nós, trabalhadores, relembramos os anos 1990 e não aceitamos a repetição do aumento zero. A Fenaban está copiando a proposta indecente que era aplicada aos bancos públicos no passado”, afirmou.

 

“Os trabalhadores ficaram irritados e indignados”, ressaltou Antonio Luiz Fermino, secretário geral do Sindicato e bancário da Caixa Econômica Federal. “Eles dizem que se a Fenaban quer estender uma proposta dessas por dois anos, que eles farão uma greve de dois anos também”, ironiza.

 

Segundo Elias Jordão, trabalhador no Bradesco e secretário de administração e finanças da Fetec PR, “os bancários têm compreendido cada vez mais a importância dos trabalhadores de todos os bancos estarem unidos, principalmente durante a campanha salarial”.

 

Neste sentido, lembrou os momentos de agressão física patrocinados pelo banco durante a campanha passada. “Certamente um contingente maior de bancários unidos nas paralisações, evitaria os abusos de parte da polícia”.

 

Pelo fim do Assédio Moral

“No HSBC a situação é de muita pressão”, lamenta Deonisio Schimidt, secretário de Relações Sindicais e Sociais do Sindicato e trabalhador do HSBC. “Os trabalhadores estão dispostos ao enfrentamento”, complementou Audrea Louback, diretora do Sindicato e trabalhadora no HSBC.

 

Relembrando a maneira como o banco desrespeitou a vontade dos trabalhadores durante a campanha do ano passado, os diretores do Sindicato e trabalhadores no HSBC, Kanak e Marco Cuz, citaram os episódios de agressão a dirigentes na Kennedy e os lamentáveis casos de cárcere privado registrados pela Delegacia Regional do Trabalho, ocorridos nas instalações do HSBC na Vila Hauer.

 

O ato terminou por volta do meio-dia, mas a mensagem ficou: “Bancário não é palhaço. Queremos aumento já”.

 

Fonte: Patrícia Meyer – Fetec PR

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