(São Paulo) A Contraf-CUT e o Bradesco retomaram nesta quinta, dia 30, o processo de negociações permanentes para debater as reivindicações específicas dos funcionários do banco. Durante a reunião, os representantes dos trabalhadores destacaram os itens prioritários da pauta, que devem ser negociados imediatamente. Também foi definido um cronograma de reuniões.
Entre as reivindicações principais dos bancários está o aumento na Participação nos Lucros e Resultados (PLR). O tema será negociado nas próximas reuniões, agendadas para os dias 11 e 18 de dezembro.
“Queremos uma PLR maior e vamos insistir nesta reivindicação. A PLR da Convenção Coletiva foi acordada com a Fenaban para que a média dos bancos pagassem o benefício. O Bradesco está muito acima da média, é o maior banco privado do país, um dos mais lucrativos e precisa valorizar os seus funcionários”, afirma Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT e funcionário do banco.
Para Carlindo Abelha, secretário de Organização da Contraf-CUT, os bancários do Bradesco devem ficar atentos para as próximas rodadas de negociação. “Vamos discutir a PLR e para arrancarmos esta conquista do banco, teremos que pressionar. Os sindicatos devem manter os trabalhadores informados e mobilizados, porque sem luta não ganharemos nada”, ressalta.
Durante as negociações desta quinta, o Bradesco reafirmou que o impacto negativo no seu lucro por causa do abatimento de ágio de aquisições não afetará a PLR dos bancários. Segundo Pedro Sardi, secretário-geral da Fetec São Paulo e funcionário do banco, essa questão já havia sido negociada, mas os bancários cobraram a confirmação.
“Agora retomamos as negociações e queremos seriedade do Bradesco para resolvermos nossos problemas. Principalmente no que diz respeito às condições de trabalho. Entre nossas principais reivindicações estão a isonomia entre os funcionários dos bancos incorporados, um novo Plano de Cargos e Salários (PCS), auxílio-educação, mais segurança, fim das terceirizações e reestruturação do curso do Treinet”, enumerou Neiva Maria Ribeiro dos Santos, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco e diretora do Sindicato de São Paulo.
Scopus
Os representantes dos trabalhadores também cobraram informações sobre a transferência de parte dos bancários dos Pólos para a Scopus, empresa do grupo Bradesco. Com a mudança, o trabalhador deixa de ser bancário e perde todos os direitos da categoria, para se empregar numa empresa metalúrgica.
Segundo o banco, não há demissões em curso e as transferências são normais, nos mesmos níveis de sempre. “Isso não é transferência normal, é terceirização. O banco está colocando o sigilo dos clientes em risco ao terceirizar esse tipo de serviço. Não aceitamos e vamos brigar contra qualquer abuso do Bradesco que prejudique os funcionários e clientes”, afirmou Neemias Rodrigues, diretor do Sindicato de Belo Horizonte e da Comissão dos Empregados.
Fonte: Contraf-CUT