(São Paulo) Uma bancária do Banco do Brasil enviou ao Sindicato de São Paulo uma carta repudiando o assédio moral no banco. Leia abaixo o documento na íntegra:
"Mania de Perseguição. Essa frase (sic) típica é uma das mais utilizadas para descaracterizar o assédio moral atualmente. Expor o trabalhador ao ridículo dissiminando a idéia perversa de que o assédio moral do qual é vítima é apenas fruto de uma "fixação" mental tem sido uma das "estratégias" de alguns gestores para refutar denúncias e ocultar a agressão moral cometida.
A imagem maciçamente veiculada (interna e externamente) pelo BB de uma empresa preocupada e comprometida prioritariamente com as questões sócio-ambientais encontra no assédio moral a antítese perfeita entre a criação de projetos e mecanismos destinados ao combate dessa prática nefasta e a ineficácia em combatê-la, fundamentalmente embasada na não-punição do agressor.
Quando o banco, através de seus canais competentes não assume uma postura de correção diante de situações comprovadas dessa prática, não apenas fortalece substancialmente a posição (quase sempre privilegiada) do agressor, como contra-producentemente injeta uma dose letal de descrédito no âmago do funcionário (vítima), comprometendo não somente sua dignidade, saúde física e mental bem como sua "produtividade".
Esse "tiro no próprio pé" não condiz com os objetivos de crescimento de uma instituição ética e séria, cuja modernização vem sendo incansavelmente priorizada nos ultimos anos.
As relações atuais de trabalho não mais permitem "vistas grossas" à essa prática! E a competitividade sadia nesse mercado globalizado somente é adquirida por um corpo funcional bem treinado, capacitado e fundamentalmente disposto a essa emulação e, disposição obtem-se através do respeito à dignidade humana, através do apoio, da diligência no trato com o trabalhador.
Sócrates, o filósofo, costumava dizer que a ética deveria estar acima da política, das relações inter-pessoais e sobretudo, da "amizade".
Ética não é retórica! Tem que ser exercida efetivamente!
Nenhum funcionário está acima do código de ética do BB e nem deve ter a oportunidade de se julgar em tal situação! E a impunidade é que estabelece essa condição.
Pessoas estão sendo humilhadas de forma aviltante sem que seus agressores sejam sequer repreendidos por seus atos! E a indignação irrefreável diante dessas ocorrências somente encontra conforto na emoção de constatar que apesar de todas as pungentes dificuldades, essas mesmas vítimas tem se primado pela incessante superação e pelas conquistas das metas impostas pela empresa.
Esse inegável sucesso apresentado pelo BB se deve absoluta e exclusivamente aos esforços dos funcionários que sempre se apresentam no "front" com um sorriso na face e um desejo no coração de manter a dignidade do seu trabalho e de contribuir para um resultado positivo e feliz.
Estamos absoluta, completa e incomensuravelmente fartos de observar pesoas movidas pela mais triste das misérias: a falta de talento, agirem de forma a sempre criar"dificuldades" para gerar "facilidades"! Pessoas que vem se arrastando por anos a fio agindo da mesma maneira, perpetuando situações dessa prática para manterem seus respectivos cargos, mostrando conquistas (resultados) com o "chapéu alheio"(esforços de outros)!
Essa minoria (porque só nos resta crer que se trate de uma minoria não "antenada" com os ideais e objetivos traçados pelo banco) que inexplicavelmente acabam em posições "favoráveis", em cargos de responsabilidade, que se propoem a "crescer" destruindo qualquer manifestação de talento genuíno alheio pelo receio de ver sua própria incapacidade e inércia revelada; essa minoria precisa ser definitivamente reposicionada em suas atitudes ou erradicada de vez!
Não aceitar "retaliações" ou qualquer imposição e atitudes arbitrárias no âmbito profissional é o início da desarticulação dessa prática agressiva e violentamente vexatória chamada "Assédio Moral".
Nas relações trabalhistas modernas a parceria empresa/funcionário é fundamentalizada no respeito e interesse de crescimento mútuo e constante.
E omitir-se ou prevaricar diante dessa prática jamais levará uma empresa a atingir qualquer pretensão de dignidade administrativa ou de sucesso real.
Que o BB deixe muito claro a esses "agressores" que NÃO compactua com essas práticas e que irá puní-las com o rigor e correção apropriados!
E o único caminho que as reflexões nos levam é ao combate efetivo e tenaz do assédio moral.
Que os canais criados para esse fim atuem com maior transparência investigando exaustiva e imparcialmente essas ocorrências apurando-as devidamente e "punindo" os responsáveis exemplarmente!
A não-punição é que perpetua essa prática!
E para aqueles que gostam de "gritar", "intimidar" e "cercear" o crescimento profissional dos funcionários sob seu "comando", nós lhes advertimos: respeito é bom e todos nós gostamos! E cuidaremos para que ele seja preservado!"
Fonte: Seeb SP