Bancos usam rotatividade para diminuir salários, diz Sérgio Mendonça
Evando Peixoto, Jair Rosa e Lucia Estrela
Rede de Comunicação dos Bancários
Apesar dos dados apresentarem indícios favoráveis quanto à geração de novos empregos, o grande desafio hoje é fazer a remuneração crescer. A informação é do economista Sérgio Mendonça, técnico do Dieese que elabora a Pesquisa de Emprego e Desemprego em São Paulo.
O economista foi um dos palestrantes do painel de Remuneração e Previdência da 12ª Conferência Nacional dos Bancários, que acontece entre os dias 23, 24 e 25 de julho, no Rio de Janeiro.
> Clique aqui e veja galeria com imagens do debate
> Clique aqui para acessar a apresentação feita pelo economista do Dieese
Segundo Sérgio Mendonça há muita rotatividade no setor bancário e os novos contratados estão ocupando os cargos com salários cerca de 40% inferiores em relação aos trabalhadores que saem. “Um dos grandes desafios dos bancários é aumentar o valor dos salários. Embora esteja ocorrendo um crescimento no número de postos de trabalho na categoria, a elevação da renda média do trabalhador bancário está crescendo muito lentamente”.
Sobre a campanha nacional unificada deste ano, Mendonça enfatizou que “os bancários são referência para todos os trabalhadores brasileiros porque as outras categorias esperam seus resultados para depois fazerem suas próprias negociações”.
A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, Juvandia Moreira, que coordenou o painel destacou a importância de se ampliar o poder de compra dos trabalhadores “Nossa proposta é assegurar na convenção coletiva nacional a remuneração total dos bancários e não apenas a parte salarial. O ganho dos bancários cresce menos do que os lucros dos bancos, e isso tem de mudar. Reivindicamos aumento real de salários, pisos e PLR maiores. Queremos discutir PCCS e verbas indiretas no conjunto da remuneração”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato.