Audiência Pública em Teixeira de Freitas (BA) discute papeis sociais dos bancos públicos

Nesta quinta-feira (26), foi realizada uma audiência pública em Defesa das Empresas Públicas, na Câmara de Vereadores de Teixeira de Freitas. O evento – organizado pelo Sindicato dos Bancários do Extremo Sul da Bahia em parceria com os mandatos de Erlita Freitas e Marcílio Gourlat, ambos do Partido dos Trabalhadores (PT) – teve objetivo de discutir com a população as funções de desenvolvimento econômico e social que os bancos públicos têm, em risco com os desmontes promovidos pelo presidente ilegítimo Temer.

Em sua apresentação, Carlos Eduardo Coimbra, coordenador-geral do Sindibancários, destacou que a Caixa, Banco do Brasil e Banco do Nordeste são essenciais para a economia do Extremo Sul da Bahia: “temos 37 agências, no entanto, o caminho político que esse governo está seguindo é o de liquidação dessas instituições”, afirma. Ele lembrou que o recado de Michel Temer já foi dado com a possível abertura de capital da Caixa ainda este ano, retirando seu status 100% público. “O golpe é contra a classe trabalhadora. A única saída é sairmos desse estado de letargia. O fim dos bancos públicos afeta todos os trabalhadores”, ressalta Coimbra.

Gilderaldo Rodrigues, bancário da Caixa e representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), apresentou números expressivos a respeito do banco: “Somente em Teixeira de Freitas, a Caixa destina mais de um milhão para o bolsa família mensalmente. O investimento em saúde ultrapassa 800 milhões anuais”. Além da Caixa, o Banco do Brasil também atua no desenvolvimento social da cidade. Conforme lembrou Ariane Paladino, bancária do BB, “essa semana recebemos a notícia que a Fundação Banco do Brasil ofertará entre 200 e 400 mil para a agricultura familiar em Teixeira de Freitas”.  Já o Banco do Nordeste, com 65 anos de fundação, conta com o financiamento especialmente para pequenos agricultores: “na Bahia, o banco é responsável por 47% do crédito rural”, diz Humberto Dourado.

Durantes as discussões com os presentes, foram levantadas questões também a respeito da impressão social que a privatização representa melhor atendimento ao público. “Essa ideia é ilusória; bancos privados são agiotas legalizados. O capital rentista não tem interesse em diminuir a desigualdade social, financiar casas, financiar estudantes e programas de agricultura familiar”, alerta Coimbra. Para Erlita Freitas, vereadora, acabar com os bancos públicos é levar à sociedade ao empobrecimento, sem perspectivas. Das discussões, ficou esclarecido que a audiência tem o desafio de fazer ecoar em todos os cantos da cidade a importância dos bens públicos e a garantia da soberania nacional.

Compuseram a mesa de discussões, os vereadores Erlita Freitas, Marcílio Goulart e Darlan; os representantes sindicais Carlos Eduardo Coimbra (Sindibancários), Leomar dos Santos (MST), Valnice Lopes (Correios) e Manuel Messias (Trabalhadores Rurais); os representantes bancários Gilderado Rodrigues (Caixa), Ariane Paladino (Banco do Brasil) e Humberto Dourado (Banco do Nordeste); e o presidente do PT em Teixeira de Freitas, João Bosco. Como mestre de cerimônia, o jornalista Ramiro Guedes e a participação musical da Orquestra 9 de maio.

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