O secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Walcir Previtale, esteve na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), nesta quinta-feira (16), na audiência pública que debateu projeto de lei que autoriza o governo do estado a privatizar a Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp).
“Nós somos contrários à privatização por conta de a água ser um direito humano fundamental, por isso ela tem de ser tratada e distribuída de forma pública, pelo Estado”, afirmou. “Nós já conhecemos o histórico das privatizações no Brasil, elas trazem demissões dos empregados, terceirização, precarização dos serviços oferecidos e aumenta os custos para a população. Por isso, defendemos que a Sabesp continue pública”, completou.
A audiência havia sido marcada pelo deputado André do Prado (PL) para o dia primeiro de novembro, na tentativa de acelerar a privatização da companhia. Porém, a presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Neiva Ribeiro; a vice-presidenta da CUT-SP, Ivone Silva; e o deputado estadual Luiz Claudio Marcolino (PT) ajuizaram ação popular pela suspensão da audiência, que foi acatada em liminar concedida pelo juiz Raphael Augusto Cunha.
Luiz Claudio Marcolino, que também é ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, lembrou que, hoje, o estado de São Paulo tem um governador, uma secretária do meio-ambiente e um presidente da Sabesp que não são de São Paulo.
“Todos nós aqui moramos no estado e sabemos a importância que a Sabesp tem para a gente. E esses três querem vender o patrimônio mais importante do nosso povo. Já venderam a Eletropaulo [que hoje é a Enel], já venderam o Banespa e, agora, querem entregar a Sabesp. Eles não conhecem a estrutura do saneamento básico do estado. Só o investimento para estruturar o sistema Capivari foi de um bilhão de dólares, em 1966. Imagina o quanto vale este patrimônio da Sabesp hoje. E, agora, o Tarcísio, o presidente da Sabesp e a secretária do meio-ambiente querem entregar [para a iniciativa privada] de mão beijada um patrimônio que o nosso povo construiu”, alertou.