Audiência no Piauí defende bancos públicos

Diversas lideranças sindicais, sociais, trabalhistas e parlamentares debateram, na quarta-feira (28), sobre a importância do Banco do Brasil, Caixa e Banco do Nordeste para o desenvolvimento do Piauí e do país em audiência realizada no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Estado do Piauí. Na ocasião ocorreu o lançamento do Comitê em Defesa dos Bancos Públicos.

O secretário geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos de Souza, ressaltou o contexto de ataque aos direitos dos trabalhadores e aos bancos públicos. “O processo de privatização já está acontecendo e é gradual. Diminui o número de funcionários, enfraquece as instituições para fragilizar nossa resistência. Quando se propõe a abertura do capital da Caixa é privatização. O Banco do Brasil num processo de reestruturação fechou mais de 700 agências, e as agências que são explodidas eles não querem reabrir. Acreditamos na resistência do povo brasileiro, precisamos avançar mais e conversar com todos os setores da sociedade, essa luta não é só de sindicalista, é de todos, porque quem perde é toda a sociedade”, disse dirigente sindical.

A deputada Flora Izabel (PT), autora do pedido da audiência, ressaltou a importância da atividade e da luta de toda a sociedade em prol do que é público. “Vemos com grande preocupação a privatização dos bancos públicos, porque sabemos qual a função desses bancos para a habitação, saneamento, educação, FGTS, Bolsa Família. São ações dos bancos públicos para a população e, principalmente, para a população mais pobre desse país. Com a privatização, todo esse patrimônio vai para o setor privado que só visa lucro”, afirmou Flora.

O presidente do Sindicato dos Bancários do Piauí, Airmatea Passos, destacou a necessidade de envolver toda da sociedade na defesa dos bancos públicos. “Se comparar uma cidade que tem banco, com outra que não tem banco, é visível a diferença. Essa luta é dos parlamentares, dos trabalhadores e de toda a sociedade. Essa audiência amplia nossa jornada em defesa dos bancos públicos. Perder banco público é perder soberania. Começamos uma jornada que vai percorrer todo os estados do Brasil”.

O superintendente da Caixa no Piauí, Elizomar Guimarães, ressaltou que os empregados da Caixa são contrários a qualquer mudança no Estatuto do banco que possa permitir a abertura de capital e apresentou números que refletem a importância da Caixa no Piauí.

“Nos últimos cinco anos o Piauí recebeu do governo federal, pelo Fundo de Participação do Estado, R$ 14, 9 bilhões de reais. Já a Caixa, através do crédito para empresa, pessoa física, crédito habitacional, Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família, recursos financiados a estado e municípios; um total de R$ 45 bilhões. Três vezes mais no mesmo período. Defendemos a Caixa porque temos consciência que somos uteis para a sociedade brasileira”.

A diretora sindical e membro da Federação das Associações de Pessoal da Caixa (Fenae), Francisca de Assis, reafirmou a importância da Caixa para o Nordeste e destacou a atuação da Fenae. “A Fenae está empenhada em oferecer as condições para o debate com transparência, clareza e firmeza. Tivemos no Nordeste um impulso grande pelo Bolsa Família, pela educação com o Fies e Pro-Uni, no crédito para os pobres. A Caixa no Piauí já teve mais de 1000 empregados, hoje tem 700. Temos o papel importante de lutar por uma sociedade menos desigual. Esse é o papel de um banco público, por isso lutamos para manter no Piauí a necessária presença do sistema financeiro público que possa melhorar a vida do povo”, afirmou.

Para o deputado João de Deus (PT), essa luta não pode ser só dos bancários. “Temos que mobilizar todas as lideranças e parlamentares comprometidos com o interesse público. É importante fazer esse debate com a população, por isso é tão importante esse Comitê, juntamente com todos os seguimentos de lutas sociais. Temos que ir para o meio do povo denunciar o que significa o prejuízo disso para o povo. Corremos o risco de ser governando pelo mercado, mais do que já somos”.

Paulo César, da AGCEF Piauí, lembrou que os bancos públicos estão presentes onde os privados não têm interesse, porque não é rentável. “É essa percepção que a sociedade tem que ter em relação em relação ao banco público”. Disse. Já o diretor da CUT Piauí, Josivaldo Martins defendeu também defendeu que é uma luta de toda a sociedade. “Estamos nessa luta porque nós entendemos que não é uma questão exclusiva da categoria bancária, mas uma questão de justiça social”. O deputado Aluísio Martins denunciou a interesse do mercado com o estado mínimo. “Sabemos que os bancos públicos representam também a nossa soberania, temos que refletir sobre o tipo de estado que nós queremos, o mercado quer um estado mínimo, é isso que temos que dialogar com as pessoas”.

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