Ato exige dos banqueiros liberação de crédito e manutenção dos empregos

O Banco Real da avenida Paulista, em São Paulo, se encontra o presidente da Febraban Fábio Barbosa, foi o local escolhido pela CUT, Contraf, federações e sindicatos para uma manifestação que exigiu dos bancos a liberação dos recursos disponibilizados pelo governo por meio da liberação de parte do compulsório (dinheiro dos depósitos bancários que fica no Banco Central como garantia) para ampliar a oferta de crédito na economia.

O governo brasileiro disponibilizou R$ 46,2 bilhões, porém os bancos utilizaram apenas R$ 5 bilhões deste montante para adquirir carteiras de bancos menores. A justificativa é a crise financeira, com o propósito de proteger-se, criando o que chamam de uma “barreira de liquidez”.

O ato foi realizado para dialogar com a sociedade brasileira e esclarecer a população sobre as alterações que estão sendo feitas no sistema financeiro brasileiro. “Queremos modificar o sistema financeiro brasileiro”, afirma Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT.

Segundo Freitas, a mudança no sistema financeiro nacional já foi proposta por meio do Artigo 192 da Constituição Federal aprovado em 1988, que trata da regulamentação do sistema financeiro, mas que nunca foi votado. “Os bancos usam o dinheiro público que deveria ser utilizado na educação, no PAC, na saúde, servir de fomento para investimento no comércio com a liberação do crédito. A crise financeira foi criada pelos banqueiros, responsáveis por toda especulação. O dinheiro para salvá-los tem que vir dos próprios bancos e não da população”, sustenta Freitas.

Libera o crédito

O caminho para uma possível recessão foi encenado por um grupo teatral que apresentou em detalhes todo o ciclo econômico que beneficia banqueiros, especuladores e atravessadores, que não liberando o crédito, colaboram para que o trabalhador não consuma e a economia não se mantenha ativa, gerando desemprego e caos na sociedade. Placas e faixas foram estampadas com dizeres como: “Libera o crédito”; “Esta crise não é nossa”;”A culpa da crise é de vocês”; e “Cassino para os bancos, miséria para o povo”.

Estiveram presentes no ato a CUT Nacional e São Paulo, Contraf, Fetec SP, Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, sindicatos de metalúrgicos do ABC, Cajamar, Taubaté e Itú, Federação dos Sindicatos dos Metalúrgicos da CUT (FEM), e outras entidades.

Carta a Febraban

As entidades sindicais haviam solicitado uma reunião com o Fábio Barbosa para discutir melhorias no sistema financeiro brasileiro, porém o banqueiro se negou a receber os trabalhadores. Os dirigentes sindicais tentaram, durante o ato, entregar um documento aos bancos sobre o tema, mas mais uma vez as propostas não foram recebidas. “Este posicionamento mostra a intransigência da Febraban, que reluta em liberar o crédito para que a economia se mantenha em crescimento”, explica Freitas.

Arthur Henrique, presidente da CUT Nacional reafirmou o compromisso de continuar as mobilizações para a modificação no sistema financeiro nacional, que se inicia com a liberação do crédito. “Este foi só o primeiro ato de muitos e será o mote da 5ª Marcha a Brasília, em 3 de dezembro”, afirma Arthur, que finaliza: “Banqueiros deixem o país crescer!”

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