“A violência contra a mulher não é o mundo que a gente quer”, este foi um dos gritos usados pelas manifestantes que estiveram na quinta 18 em caminhada, do metrô Barra Funda até a Praça Charles Miller, no Pacaembu, para encerrar a 3ª Marcha Internacional das Mulheres.
Cerca de 3 mil pessoas, de todas as regiões do país, saíram do Largo do Rosário, em Campinas, no dia 8 de março, e cruzaram 10 cidades em um percurso de cem quilômetros, até chegar a capital paulista.
“É muito bonito ver as mulheres se organizando e debatendo diversos assuntos. É emocionante participar desta marcha, nós que já estamos há muito tempo engajados na luta por uma sociedade mais feliz”, afirma Juvândia Moreira secretária geral do Sindicato.
Na caminhada, diversas mulheres de diferentes crenças e costumes lutavam juntas por melhores condições de vida para todas. Com o lema “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, as manifestantes reivindicaram autonomia econômica, criação de aparelhos públicos que as liberem do serviço doméstico, fim de todas as formas de violência, entre outros.
“São ações como essa que ajudam a mudar a vida das pessoas. Transformam mulheres como essas em guerreiras cada vez mais empenhadas em mudar a sociedade”, afirma a socióloga e participante da marcha Tatau Godinho. “Para participar da marcha eu negociei alguns dias das minhas férias” declara Maria Emília Oliveira, funcionária pública de Presidente Prudente. “Mas valeu a pena. O que a gente aprende aqui não tem preço”, completa.
Para a organização, as mulheres se dividiram e formaram oito comissões: infra estrutura, cozinha, saúde, segurança, comunicação, cultura, água e bagagem, fazendo um rodízio para que todas colaborassem de alguma maneira.
A ação faz parte de uma mobilização internacional que vai até o dia 17 de outubro, com eventos programados em 51 países.