O Comando Nacional dos Bancários assinou nesta quinta-feira 30 a Convenção Coletiva da categoria com a Fenaban e os acordos aditivos com o Banco do Brasil e com a Caixa Federal, concluindo a campanha salarial de 2008.
Os bancários e bancárias de todo o país, de todos os bancos, têm todos os motivos de se sentirem orgulhosos: deram mais um exemplo de como a união e a luta dos trabalhadores podem sobrepujar os maiores obstáculos e conseguir melhorar a vida de todos. A campanha de 2008 entrará para a história das lutas da categoria como a consolidação da unidade nacional, modelo de organização que se mostra cada vez mais acertado.
Foi uma das maiores greves dos últimos anos, com grande mobilização dos trabalhadores inclusive dos bancos privados, numa paralisação nacional que durou 15 dias (em algumas bases chegou a 23 dias). Mais de 5.400 agências ficaram paralisadas, além de grande parte dos centros administrativos, numa greve que atingiu todos os estados brasileiros. Foi essa mobilização da categoria, liderada pelos sindicatos de todo o país, que conseguiu derrotar a intransigência dos banqueiros, a truculência policial e o conluio dos patrões com a Justiça, tudo no cenário internacional da maior crise financeira desde 1929.
Mesmo com tudo isso, os trabalhadores conseguiram arrancar dos banqueiros uma proposta que contemplou diversos pontos da minuta de reivindicações aprovada na Conferência Nacional dos Bancários: ganho real para todos os bancários, aumento maior para o piso e os menores salários e mudança na regra da PLR que possibilitou maiores ganhos para os trabalhadores.
O aumento de 10% para os trabalhadores que recebem até R$ 2.500 representa um ganho acima da inflação de quase 3% que atinge 57% da categoria. “Para essa parcela da categoria foi a melhor campanha em saldo econômico dos últimos dez anos”, avalia Carlos Cordeiro, secretário geral da Contraf/CUT. “Isso foi fruto da organização dos bancários e da campanha unificada entre todos os bancos, públicos e privados”, sustenta. Para outra parcela da categoria, houve aumento real de 1%.
Além disso, a mudança na regra básica da PLR, aumentando seu valor de 80% para 90% do salário do trabalhador e de dois para 2,2 salários na parte fixa, permitiu ganhos muito importantes para todos os trabalhadores, representando ganhos de até 19,7% para os bancários (clique aqui para acessar estudo do Dieese).
“Os trabalhadores estão de parabéns por sua participação na campanha. Fizemos uma das mais fortes greves dos últimos anos e conseguimos ganhos importantes para todos, mostrando o acerto de nossa estratégia de mesa única de negociação e campanha unificada entre bancos públicos e privados”, defende Vagner Freitas, presidente da Contraf/CUT.