(Vitória) Manifestações nas agências do interior, protestos em sinais de trânsito da Capital do Espírito Santo, reunião com deputados, vereadores, líderes religiosos e da OAB e até denúncia junto ao Conselho de Ética do Estado. Essas são algumas das ações definidas na assembléia dos empregados do Banestes, realizada na noite desta terça-feira (20), no Centro Sindical dos Bancários, em Vitória. Os bancários denunciaram que continuam sofrendo perseguição por parte do banco e discutiram estratégias para intensificação do movimento pela reintegração dos demitidos.
“Vamos envolver a sociedade em nosso movimento e buscar o apoio de parlamentares, como os presidentes da Assembléia Legislativa e da Câmara Municipal, de organizações e de personalidades como o jurista João Batista Herckenhoff. O que o banco está fazendo contra os empregados fere o próprio Código de Ética do Estado”, disse o diretor do Sindicato Flávio Teixeira. As ações com o objetivo de anular as demissões serão iniciadas imediatamente.
Ações realizadas
Os contatos com parlamentares e personalidades do meio político já foram iniciados na semana passada, quando diretores da entidade estiveram com o deputado Cláudio Vereza (PT). O deputado prometeu buscar a interlocução com o governo estadual. Na segunda-feira (dia 19), o Sindicato se reuniu com o secretário estadual do Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social, Carlos Casteglione.
A reintegração dos empregados do Banestes foi o assunto da reunião, no mesmo dia, com o secretário executivo do Ministério do Trabalho, Sérgio Vidigal, em Vitória. Vidigal se comprometeu a entregar um ofício do Sindicato, relatando as reivindicações dos bancários, nas mãos do ministro Carlos Luppi. Na carta, os diretores pedem ao ministro o empenho no sentido de tornar sem efeito as demissões e o retorno das negociações específicas.
Nesta quarta-feira, na sede do Sindicato, os diretores receberam o diretor da CUT nacional, Jacir Afonso de Mello, e o presidente da CUT-ES, José Carlos Nunes. Os líderes cutistas se comprometeram a buscar a interlocução com os governos das esferas Federal e Estadual. “Essa discussão diz respeito aos trabalhadores em bancos de todo o país. Não vamos deixar que os bancos desestabilizem os empregados e os sindicatos”, disse Mello.
Intimidação
O Sindicato dos Bancários recebeu denúncia de que a direção do Banestes está ameaçando demitir, até dia 30 deste mês, os empregados que têm processos trabalhistas contra o banco. A informação é de que esses bancários não vão participar da festa de confraternização, que será realizada no dia 1º de dezembro.
Segundo o advogado do Sindicato, Fernando Madeira, as ameaças são práticas anti-sindicais e atentam contra os direitos dos trabalhadores. “Esse tipo de prática pode ser denunciada na Organização Internacional do Trabalho (OIT), o que pode resultar em uma condenação muito maior para os dirigentes do banco”, disse Madeira. A ameaça de demissão acontece em meio a um processo de negociação coletiva, o que caracteriza uma antiga prática de intimidação dos empregados.
Fonte: Seeb ES