Banrisulenses cobram retomada das negociações com o banco
A Fetrafi-RS e sindicatos realizam neste sábado (18), às 9h30, nova assembleia dos funcionários dos Banrisul, no auditório do Hotel Embaixador, em Porto Alegre, reforçando a mobilização para a retomada das negociações com o banco sobre a proposta de quadro de carreira.
O encontro ocorre três dias depois que o banco divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2013, mostrando um lucro líquido de R$ 204,7 milhões. Foi o trabalho do bancário que fez o lucro do banco crescer.
O resultado só não foi ainda maior porque as provisões para devedores duvidosos (PDD) ficaram bem acima da elevação feita pelos demais bancos, com o aumento injustificável de 52,61% no período. Segundo análise do Dieese, o índice de inadimplência em produtos e serviços comercializados pelo banco com vencimento acima de 90 dias passou de 2,54% para 3,3%.
Negociar é preciso
“Não há justificativas para o banco público dos gaúchos não dialogar sobre um Plano de Carreira que apresentou e que é prejudicial ao próprio banco e aos banrisulenses”, afirma Mauro Salles, presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre. “Senão, como o banco vai suportar no futuro o imenso passivo que está produzindo e que se manifesta com a unanimidade do descontentamento dos trabalhadores de todos os setores com relação ao quadro atual e ao que foi proposto pela direção?”, alerta.
“Os gestores não podem nem invocar como justificativa o maior volume de contratação, pois a despesa com pessoal não cresceu na mesma proporção, sendo que os novos contratados recebem o piso do banco”, analisou o dirigente sindical. Ele se refere à variação negativa de dois indicadores relacionados ao que os gestores chamam de custo, mas que se trata de investimento em trabalhadores.
O número de empregados aumentou em 12,56% no primeiro trimestre, enquanto a despesa com pessoal subiu 10,94%. No final do ano passado eram 10.277 e passaram para 11.568 em março de 2013, o que representa uma geração de 269 empregos.
“O balanço mostra que não há motivo para a atual direção do banco atacar os trabalhadores e o movimento sindical como nunca na história do Banrisul. Não há motivos para não haver um diálogo que construa uma carreira justa para os banrisulenses. Ainda mais agora que a concorrência está mais acirrada e o banco precisa muito mais daqueles que realmente movem o Banrisul, que são os bancários e as bancárias”, salienta Mauro.