(São Paulo) O gerente regional de negócios Deolindo Baptista de Camargo, denunciado por assédio moral pelo Sindicato de São Paulo no último dia 10, não se endireita. Depois das acusações de pressão por metas, ele agora transferiu gerentes que estão próximos da aposentadoria para outras agências deixando-os entender que estão sendo punidos por não cumprirem as tais metas.
“Além de cobrar de forma humilhante e ameaçar com punições, agora ele executa transferências – que o banco diz ser determinada para todas as regionais – sem explicar os reais motivos, fazendo questão de deixar aqueles que foram transferidos pensar que estão sendo punidos”, lamenta Tânia Balbino, diretora do Sindicato. “Não podemos aceitar que um gerente comunique-se com sua equipe sempre humilhando. Ele ignora um dos princípios da boa liderança: para dar resultados positivos, o funcionário precisa de motivação e incentivo. Pressionando, a única coisa que o líder consegue aumentar é o índice de descontentamento e erro”, acrescenta.
A arbitrariedade não vai passar impune pelo Sindicato. A direção da Nossa Caixa já foi comunicada das ações de Deolindo, e os trabalhadores vão esperar a solução até o final da semana que vem. Caso nada aconteça, os representantes dos bancários tomarão providências políticas e jurídicas.
“Após a primeira denúncia, muitos outros bancários procuraram o Sindicato para dizer que não é a primeira vez que o tal gerente tem atitudes desta natureza. É importante que o trabalhador procure o Sindicato para denunciar qualquer tipo de irregularidade”, completa Tânia.
Sangria
O assédio por metas vem após um ano marcado pela sangria da Nossa Caixa, orquestrada pelo governador José Serra (PSDB). Somente em duas ações, o governo tucano desfalcou o banco em aproximadamente R$ 3,5 bilhões. Primeiro foi a venda da folha de pagamento dos servidores para o próprio banco estadual por R$ 2 bi. O restante, R$ 1,5 bi, veio com a aprovação de lei na Assembléia Legislativa, na calada da noite de 5 de dezembro, que permite a retirada de 70% dos depósitos judiciais dos cofres da instituição.
Fonte: André Rossi – Seeb SP