O Coletivo de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, se reúne em Curitiba, nesta sexta-feira (17), para debater as demandas dos bancários e o resultados das últimas reuniões com a Fenaban sobre saúde. A avaliação do instrumento de combate ao assédio moral, previsto na convenção de trabalho dos bancários, está entre os temas da reunião. O encontro na capital paranaense dá continuidade ao projeto de reuniões itinerantes do Coletivo em todo Brasil.
Em 2017, completa seis anos da assinatura, entre a Contraf-CUT e a Fenaban, da cláusula do Instrumento de Combate ao Assédio Moral no Trabalho, dentro da CCT dos bancários .Só no ano passado, foram levantadas 1503 denúncias pelo programa. Desse total, 1325 foram encaminhadas pelos canais internos dos bancos. 178 denúncias foram encaminhadas pelos sindicatos signatários do Instrumento.
“Como o foco do Instrumento é a prevenção – temos que saber qual o universo de problemas que transitam pelos canais internos dos bancos. Assim, teremos condições de apontarmos para os mais frequentes e graves e a partir desse patamar elaborar políticas de prevenção. Estamos cobrando dos bancos mais eficiência na identificação e resolução dos casos”, explicou Walcir Previtale, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT.
Seminário Assédio moral no ambiente de trabalho
As grandes mobilizações contra a Reforma da Previdência ocorridas no dia 15 de março em todo o país foram no seminário “Assédio moral no ambiente de trabalho”, nesta quinta-feira (16), no auditório do Ministério Público do Trabalho (MPT), em Curitiba.
O evento é promovido pela Secretaria de Saúde do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região em parceria com o Instituto Declatra, para apresentar o projeto Vidas do Itaú, que denuncia o assédio moral organizacional praticado pelo banco privado, comprovado com dados de pesquisa feita pelas duas entidades.
A advogada da Contraf-CUT, Leonor Poço Jacobsen, lembrou que falar de saúde do trabalhador é falar do desmonte do mínimo que nós teremos com a Reforma da Previdência em curso no país. “Em dez anos, ocorreram 5 milhões de acidentes de trabalho no país. Esses dados estão ocultos e não conseguimos auferir. Essa pesquisa traz luz ao debate sobre o adoecimento no trabalho”, falou, referindo-se a um levantamento do IBGE sobre os acidentes de trabalho e à pesquisa sobre assédio moral organizacional feita com base em dados fornecidos pelo Sindicato. Ela parabenizou a manifestação que reuniu mais de 40 mil pessoas em Curitiba, incluindo os bancários, que aderiram ao Dia Nacional de Paralisação.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Elias Jordão, saudou os participantes do evento, destacando que não são só trabalhadores do sistema financeiro, mas sim de outras categorias de trabalhadores e de diversas partes do país. Ele estima que o seminário cumpra seu papel de apresentar todo o acúmulo do projeto. “Quem sabe um dia a gente viva a utopia do bancário não adoecer mais”, declarou.
Junior Cesar Dias, presidente da Fetec-CUT-PR, saudou a luta das mulheres, que mesmo sendo a maioria na categoria bancária, continuam ganhando salário até 20% menor para exercer mesmo cargo e cumpri mesma função que os homens. “Para os bancos, nada é suficiente. A busca pela lucratividade infinita quem paga é o trabalhador”, externou o dirigente.
O advogado Mauro Auache, presidente do Instituto Declatra, lembrou que o projeto começou há quatro anos, com o Vítimas do HSBC, lembrando que a pesquisa que originou o projeto Vidas do itaú é retratada no segundo volume do livro “Assédio Moral Organizacional”, que será lançado nesta quinta-feira (16), ao final do seminário.
Sobre a luta dos trabalhadores, Mauro reafirma que o movimento sindical nunca esteve parado, que faz muito todos os dias e continuará fazendo. “Há uma pressão cada vez maior em torno dos trabalhadores. Temos que trabalhar com formação e consciência de classe”. Mauro informou que o livro “O Golpe de 2016 e a reforma previdenciária também será lançado ao final do evento.
A programação continua com a primeira mesa “Transformação do mundo do trabalho”, com a participação da advogada Jane Salvador e do sociólogo Giovani Alves, com mediação de Mirian Gonçalves, do Instituto Declatra.