Esta cena trágica revela o despreparo do vigilante em lidar com uma situação tensa. E, para um profissional que deve zelar pelo bem-estar dos clientes, esta capacidade é fundamental. Natalício Martins, inapto a desempenhar sua função, acabou matando Jonas de Souza.
A situação dos vigilantes de bancos é difícil. O treinamento que recebem é insuficiente e os salários costumam atrasar. A maioria das empresas que prestam serviços de vigilância aos bancos não honram compromissos trabalhistas e é comum os trabalhadores serem transferidos de uma firma para outra sem verem a cor de suas indenizações e do FGTS. E, quando precisam recorrer ao INSS, descobrem que o benefício não foi depositado como deveria, o que dificulta qualquer processo de recebimento de benefício.
É comum as empresas de vigilância falirem ou simplesmente desaparecerem, deixando os funcionários ao deus-dará. A Estrela Azul, que presta serviços em muitas agências do Itaú está em dificuldades e seus empregados quase ficaram sem o 13º. Foi feito um acordo de parcelamento, que estende até abril o pagamento da verba. A empresa está em processo de fusão com uma firma estrangeira que está entrando no país e alguns de seus postos foram assumidos por outra companhia, a CJS. Segundo o gerente de segurança do Itaú, Benedito Donizetti, quando isto acontece, o Itaú exige que os vigilantes sejam contratados pela empresa nova, para evitar o desemprego. “Mas não entramos no mérito do passivo trabalhista”, revela o executivo.
A atitude do banco é irregular. De acordo com a legislação, o tomador do serviço é responsável subsidiário pelos trabalhadores e tem que fiscalizar o cumprimento de todas as leis e obrigações pela empresa prestadora.
Fonte: Feeb RJ/ES