ARTIGO: U.S.O, a terceiriza‡Æo dos servi‡os de caixa no BB

Por William Mendes*

 

É proibido dizer que é terceirização. Falem que é centralização

 

Esta é a ordem da diretoria do banco, quando os implantadores do tal projeto U.S.O. (Unidade de Serviços Operacionais) se reúnem com os gestores da rede varejo para seguir com o projeto em andamento em várias capitais.

Segundo informações colhidas pela Contraf-CUT, de reunião recente ocorrida na cidade de São Paulo, o implantador deu a ordem acima a dezenas de gestores quando abordava o tema da terceirização dos serviços dos caixas-executivos – que começará por todo o processamento dos envelopes das máquinas do auto-atendimento.

O Espelho de março de 2007 já trouxe a denúncia do que o banco pretende fazer.

A idéia do BB é utilizar a empresa Cobra, ou outra a ser criada em parceria com bancos privados que já terceirizaram o serviço, para fazer todo o serviço bancário e extinguir aos poucos as mais de 13 mil vagas de caixas no país.

Não é a primeira vez que o BB tenta acabar com os caixas. Desde os governos dos fernandos, a empresa ataca esta que é uma das raras funções hoje no banco com jornada bancária correta de 6 horas. No último governo FHC a ordem do banco foi descomissionar todos os caixas do país.

A Contraf-CUT e os sindicatos só conseguiram acabar com essa política de extinção do quadro de caixas em 2003/04 quando o banco aceitou a exigência de que todos os caixas devem ser efetivos e nomeou novamente milhares de caixas pelo país.

Como a direção atual do BB continua na mesma linha liberal do governo anterior FHC, os bancários a cada momento sofrem mais com uma política privatista do banco de assédio moral, metas de vendas de produtos impossíveis de cumprir, terceirização ilegal de serviços bancários e redução de despesas com o funcionalismo.

Além desta tentativa de acabar com os caixas-executivos, vários sindicatos já contabilizaram centenas de bancários que perderam suas vagas de gerentes de contas e assistentes de negócio por uma política equivocada e unilateral da direção do BB.

A Contraf-CUT organizará junto aos seus sindicatos a mobilização nacional pelo fim dessa terceirização e pela proteção dos direitos dos bancários do BB.

 

* William Mendes é secretário de Imprensa da Contraf-CUT e funcionário do BB

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