ARTIGO: Quarta-feira, dia 4

por Artur Henrique*

No dia 4 de julho, a CUT tem um novo desafio no calendário de lutas deste ano. Com a presença de lideranças da Central e de confederações, federações e sindicatos filiados, vamos realizar mais uma invasão pacífica do Congresso Nacional – a última que fizemos aconteceu em novembro de 2005, quando centenas de nós percorremos gabinetes e comissões para entregar a Agenda dos Trabalhadores, conjunto de propostas para o desenvolvimento com valorização do mundo do trabalho.

 

O momento político atual é diferente daquele, e como reflexo da mudança de conjuntura e com o acúmulo dos debates que estamos desenvolvendo, nossa intervenção ganhou maior densidade. Mas nossa futura ação no Congresso mantém a coerência e segue a mesma linha condutora daquela última. Estaremos pressionando os congressistas para convencê-los a votar de acordo com os interesses da maioria do povo, na medida em que os assuntos chegarem às discussões da Casa. Nossa mais recente pauta de reivindicações prioriza os seguintes pontos:

 

         pela manutenção do veto presidencial à emenda 3 e “enterro” definitivo desse projeto;

         pela retirada imediata do PLP 01;

         pela garantia da negociação coletiva no serviço público e respeito total à organização dos trabalhadores;

         pela aprovação de projetos que valorizem a educação pública de qualidade;

         por uma Previdência pública e universal, com inclusão de trabalhadores e sem retirada de quaisquer direitos.

 

Precisamos continuar respondendo a todos estes desafios e ameaças como estamos fazendo desde o início de abril com manifestações de rua, mobilizações por todo o país e paralisações em diversos setores. A pauta é multifacetada porque, no caso da emenda 3, defendemos uma conduta do governo federal, enquanto em relação ao PLP 01, ao direito de greve e à defesa de uma Previdência sem retirada de direitos, respondemos a ameaças vindas das cercanias do Planalto.

 

Nossa estratégia de enfrentamento, portanto, precisa ser versátil. O movimento do próximo dia 4 terá um caráter mais político e institucional, porém apontando claramente que as manifestações já realizadas serão repetidas. Com a diferença que, a partir de nossa ofensiva do dia 4 no Congresso, incluiremos a denúncia explícita daqueles parlamentares que se mostrarem em posição oposta à que defendemos. Estaremos lá para checar as intenções de voto, lutarmos pelo convencimento e, nos casos em que houver resistência, anunciar que faremos campanha explícita contra deputados e senadores recalcitrantes.

 

E voltaremos às ruas no início de agosto, junto com os movimentos sociais e as demais centrais que responderem ao chamado. O palco principal da futura mobilização de massa será Brasília. Levaremos conosco uma pauta francamente popular e o respaldo de entidades de luta dos trabalhadores do campo e da cidade – num momento em que muitas delas estarão mobilizadas também por suas pautas específicas.

 

O momento que estamos vivendo e as mobilizações que a CUT vem construindo precisam de um trabalho de base aguerrido, com discussões nos locais de trabalho, nas assembléias e nos jornais, boletins e páginas de internet que nossos sindicatos mantêm. Podemos ampliar essas mobilizações e, com isto, vencer todos os pontos disputados. Esse momento precisa de sua participação.

 

*Artur Henrique é presidente nacional da CUT

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