ARTIGO: O Brasil ‚ maior que o umbigo dos parlamentares

Por Artur Henrique*

 

Por todo o Brasil, a CUT e seus sindicatos filiados estão colhendo assinaturas da população e promovendo atos de rua contra o aumento de mais de 90% que os deputados e senadores concederam a si mesmos. Os custos estimados desse aumento, contabilizando o seu repasse para deputados estaduais e vereadores, é de R$ 1 bilhão e 700 milhões por ano.

 

Parte desses parlamentares – alguns dos quais receberam nosso apoio durante a campanha eleitoral – entendem que um salário mínimo acima de R$ 375 é inviável, como manifestado pela comissão de orçamento. Houve quem dissesse que um mínimo de R$ 420 "quebraria o país".

 

Na luta contra esse autoreajuste, a CUT foi a primeira entidade a protocolar ação judicial popular contra essa decisão. Não vamos só protestar, mas ajudar a população a canalizar sua ira e transformá-la em cancelamento do acordo que os parlamentares fecharam em benefício próprio.

 

As assinaturas que vamos colher – acredito que serão milhões – vão subsidiar nossa ação judicial. Os parlamentares precisam entender que o Brasil é bem maior que o umbigo deles.

 

Essa mobilização também nos ajudará a demonstrar, na prática, que a participação popular em forma de referendo ou plebiscito deve ser incorporada às discussões sobre reforma política, conforme decidido pela Direção Nacional da CUT em setembro do ano passado.

 

Acima de tudo, essa luta está ligada à campanha pelo reajuste do salário mínimo, por uma política de valorização permanente a partir de 2008 e pela correção da tabela do Imposto de Renda em 7,7%. O argumento de que não há dinheiro para atender essas reivindicações ficou ainda mais ridículo depois da demonstração de insensibilidade dos parlamentares.

 

* Artur Henrique é presidente nacional da CUT

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