Argentina denuncia ataque financeiro contra a sua economia e o Brasil

AFP

O ministro da Economia argentino, Axel Kicillof, afirmou que Argentina e Brasil vêm sendo vítimas de um ataque financeiro de fundos especulativos com fins políticos – segundo entrevista publicada neste domingo (4) pelo jornal Página12.

“O ataque simultâneo contra Argentina e Brasil está gerando um descalabro financeiro na região”, disse.

O ministro considerou que isso responde “a uma estratégia generalizada que está utilizando a questão financeira como campo de batalha contra determinados processos políticos”.

A Argentina trava uma batalha judicial com os fundos especulativos Aurelius e MNL, que ganharam um processo nos Estados Unidos para cobrar 1,3 bilhão de dólares por bônus da dívida em moratória.

“O Aurelius, um dos fundos especulativos que está na justiça de Nova York contra a Argentina, acaba de iniciar uma campanha contra a Petrobras, alegando que a estatal brasileira fraudou informações financeiras”, explicou o ministro.

Segundo Kicillof, o fundo Aurelius “pede a ‘aceleração’ dos bônus (amortização adiantada), o que equivale a arrastar a petroleira brasileira para o default”.

“Este paralelo (entre a dívida da Argentina e a situação da Petrobras) não é gratuito nem casual”, concluiu.

Segundo ele, trata-se de “uma guerra sem armas, no terreno judicial e com objetivos políticos”.

Kicillof criticou “esta forma de atuar, de pressionar, de atacar buscando de todas as formas submeter o governo ao pagamento” e questionou “se esta não seria uma prática própria da máfia”.

No final de 2014 a cláusula da reestruturação da dívida argentina de 2005 e 2010 perdeu o efeito – ela era citada como obstáculo legal pelo governo de Cristina Kirchner para pagar a sentença aos fundos especulativos.

Esta renegociação foi aceita por 94% dos credores da Argentina com pagamento de até 70% do valor nominal dos títulos, mas 1% dos credores entrou na justiça americana e obteve uma sentença favorável à cobrança de 100% e juros dos bônus da dívida em moratória.

Analistas defendem que um acordo pode levar meses e até ficar como dívida pendente para o próximo governo – que será escolhido nas eleições presidenciais de outubro.

Kirchner finaliza em dezembro seu segundo mandato, sem a possibilidade de se reeleger.

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