Após paralisação, Santander promete enquadrar assediadores em Alagoas

Bancários cobraram fim do assédio moral e mais contratações

Três dias após a paralisação nas agências do Santander para protestar contra o assédio moral de gestores, o Sindicato dos Bancários de Alagoas se reuniu nesta segunda-feira (18), em Maceió, com a superintendente de Relações Sindicais do banco, Fabiana Ribeiro, a quem expôs todos os problemas enfrentados pelos funcionários.

A representante do Santander ouviu atentamente as denúncias feitas pelos diretores do Sindicato e assumiu o compromisso de se reunir pessoalmente com os gestores para solucionar as irregularidades apresentadas.

“Saio daqui com uma lição de casa, e não saio com lição de casa que não seja para resolver”, disse ela. A representante do banco, que esteve no Sindicato acompanhada do consultor Marcos Schmitz, se manifestou surpresa com a quantidade e o nível dos problemas encontrados, classificando o comportamento e a prática dos gestores como improducentes. “A cartilha que passamos no banco vai em outro sentido”, acrescentou.

Adoecimento de funcionários

A intensidade do assédio moral no Santander é tão grande que metade dos funcionários em Alagoas estão de licença médica, tratando-se casos de depressão, síndrome do pânico, LER/Dort e outras doenças do trabalho.

Além da pressão para cumprir metas abusivas, dos constrangimentos que sofrem de gerentes e da sobrecarga de trabalho, devido ao número reduzido de pessoal, os bancários são constantemente ameaçados por clientes e usuários por causa das filas e da ineficiência no atendimento.

“Muitos bancários do Santander perderam o gosto pelo trabalho. Alguns têm menos de um ano no banco e já passam mal ao ter que entrar em sua agência”, relatou Míriam Albuquerque, diretora do Sindicato.

O presidente do Sindicato, Jairo França, também citou vários casos de perseguição contra o funcionalismo, reafirmando que o clima de trabalho nas unidades tornou-se insuportável. “O pessoal veio nos pedir socorro e está disposto a assinar uma denúncia coletiva contra esses gestores”, afirmou.

O Sindicato espera que, após a reunião com a superintendente do banco, as relações e as condições de trabalho no Santander passem a ser compatíveis com a legislação e a dignidade humana, sem a perseguição e os requintes de crueldade vivenciados no momento. “Esperamos que essa conversa resulte em mudanças de gestão e traga bons frutos, tanto para as pessoas quanto para o ambiente de trabalho”, destaca Juan Gonzalez, diretor de Comunicação do Sindicato.

Mais contratações

Fabiana Ribeiro disse que as orientações do banco estão sendo seguidas de forma errada em Alagoas, e que desse jeito não pode. “Se em outras regionais a política do Santander está dando certo, por que não aqui?”, indagou. Ela também prometeu ver um redimensionamento das metas do Santander para o Estado, de forma que leve em conta a capacidade do mercado.

O Sindicato reivindicou ainda a contratação de mais funcionários, inclusive de gerentes, haja vista que várias agências estão com gerências vagas, ou com gerentes emprestados de outras unidades. A representante do banco anotou a solicitação e ficou de buscar uma solução.

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