Depois que o Itaú anunciou o lucro de R$ 14,62 bilhões em 2011, o maior da história do sistema financeiro nacional, ao mesmo tempo em que fechou 4.058 postos de trabalho, a Contraf-CUT, federações e sindicatos retomam nesta sexta-feira (10) as negociações permanentes com o banco, em São Paulo.
Trata-se da primeira rodada em 2012 e será marcada pela entrega da minuta específica de reivindicações dos funcionários do banco, definida no Encontro Nacional realizado nos dias 14 e 15 de dezembro de 2011.
Emprego
O principal ponto da pauta é a garantia do emprego. “O Itaú tem causado milhares de demissões pelo país afora. Não é à toa que o banco foi o campeão de reclamações no ano passado junto ao Sindec (Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor)”, avalia Wanderley Crivellari, um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, que assessora a Contraf-CUT nas negociações. “A pressão do movimento sindical é por mais contratações e pelo fim da rotatividade”, acrescenta Wanderley.
Condições de trabalho
O respeito à jornada de trabalho também estará na pauta. “O Itaú implantou um projeto piloto em São Paulo e em Curitiba, com agências funcionando das 8h às 20h. Temos que colocar este ponto em debate”, afirma Wanderley.
O fim das metas abusivas e da venda de produtos pela área operacional é outra questão prioritária nos debates com o Itaú.
Saúde, previdência complementar e segurança
Outros assuntos que estão na ordem do dia são: previdência complementar para todos os funcionários, melhoria do plano de saúde (médico e odontológico), bem como segurança contra assaltos.
Nesta quinta-feira (9), a Folha de S.Paulo publicou longa reportagem sobre a retirada de portas giratórias em agências do banco, o que aumentará a insegurança e o risco a que estão expostos trabalhadores e clientes.
“É importante lembrar que apenas com mobilização vamos conseguir fazer com que o banco apresente soluções concretas para todas estas questões que estão presentes no dia a dia dos funcionários”, ressalta Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.