Após lei dos biombos, cai número de “saidinha de banco” em Belo Horizonte

A Polícia Militar (PM) divulgou, na terça-feira (11), um balanço que aponta redução dos casos do crime de “saidinha de banco”, em Belo Horizonte. De janeiro a julho deste ano, ocorreram 535 casos, 22,5% menor que o registrado no mesmo período de 2011, quando houve 690 ocorrências desse tipo.

No mês de julho houve uma queda de 46,2% (57 assaltos contra 106 no ano passado). Já no mês de agosto a diminuição foi de 51,3% (53 ocorrências contra 109 em 2011).

De acordo com a PM, 95% dos assaltos aconteceram com clientes de bancos que não têm biombos de segurança, que garantem mais privacidade a quem realiza saques.

Para o diretor do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e represente da Fetraf-MG no Coletivo Nacional de Segurança Bancária da Contraf-CUT, Leonardo Fonseca, essa redução se deve à lei municipal nº 10.200, de 7 de junho de 2011, que determina a instalação de biombos nos caixas para dar mais segurança e privacidade aos clientes e combater o crime da “saidinha de banco”. A legislação vem sendo fiscalizada pela Prefeitura.

“Entretanto, várias agências ainda não colocaram biombos, especialmente do Itaú e do Bradesco, onde os clientes estão mais vulneráveis e correm maior risco de serem vítimas desse crime que traz medo e insegurança e tem sido o principal responsável pelas mortes em assaltos envolvendo bancos em todo país”, afirma Leonardo.

O comandante da 1ª Região de Polícia Militar, coronel Rogério Andrade, também reconhece a importância desse equipamento de prevenção. “O biombo que não deixa que esse momento particular do saque seja visto por outros, certamente contribuiu para a redução”, aponta. Para reforçar o combate a esses golpes, a PM vai contar com 24 novas motocicletas para patrulhamento e abordagem de suspeitos.

Chega de truques

Já a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) explicou que houve aumento nos investimentos em segurança. De acordo com a entidade, cofres com dispositivo de tempo, redução de dinheiro nas agências e o estímulo às transações eletrônicas foram algumas das medidas adotadas.

Leonardo contesta as alegações da Febraban. Para ele, “mais parecem truques dos banqueiros”. Estudo do Dieese revela, segundo o diretor do Sindicato, que os cinco maiores bancos do país gastaram no primeiro semestre deste ano uma média de apenas 6% dos lucros em despesas de segurança e vigilância. “Isso é muito pouco para tanto dinheiro que eles ganham”, reclama.

“Além disso, os bancos continuam questionando até na Justiça a instalação dos biombos, apesar desses números positivos de queda dos casos de ‘saidinha de banco’ em Belo Horizonte e em outras cidades que também possuem leis semelhantes, como João Pessoa”, aponta.

O dirigente sindical gostaria de saber que medidas de estímulo às transações eletrônicas estão sendo tomadas pelos bancos para combater a “saidinha de banco”. Ele lembra que há mais de um ano a Contraf-CUT propôs a isenção de tarifas de transferência de recursos, como DOC e TED, para reduzir a circulação de dinheiro e evitar que clientes sejam alvos de assaltantes.

“Mas até hoje eles continuam cobrando essas tarifas descabidas, mostrando assim que preferem aumentar os lucros a proteger a vida das pessoas”, conclui Leonardo.

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