A Contraf-CUT e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes (CNTV) serão recebidos em audiência nesta quarta-feira, dia 16, pelo procurador-geral do Ministério Público do Trabalho (MPT), Otávio Brito Lopes, em Brasília, para discutir a retomada da mediação acerca dos problemas de transporte de valores e vigilância. O encontro ocorre uma semana depois do boicote da Febraban, o que acabou provocando o cancelamento da terceira reunião entre as partes que estava marcada para a última quinta-feira, dia 10.
A mediação iniciou a partir da representação da CNTV, frente à ocorrência de mortes, feridos e traumatizados no abastecimento inseguro de caixas eletrônicos. A primeira reunião aconteceu no dia 13 de outubro e a segunda, no dia 9 de novembro, quando a Febraban pediu um prazo de 30 dias para avaliar os documentos apresentados pelos bancários e vigilantes.
As entidades sindicais apontaram também a precariedade nas operações de embarque e desembarque de valores. A Contraf-CUT e a CNTV defendem garagens exclusivas para a entrada dos carros-fortes nas agências. Outra denúncia apresentada foi a prática de vários bancos, especialmente no interior dos estados, de utilização de bancários para a tarefa de transportar numerário aos postos de atendimento, o que é ilegal.
Os trabalhadores também reivindicam a revogação imediata da Mensagem nº 12/09, da Polícia Federal, que possibilita a presença de apenas um vigilante no horário de almoço, contrariando a legislação existente. As entidades sindicais propõem a contratação de mais um vigilante nas agências, pois a lei federal nº 7.102/83 determina a presença de “vigilantes” nos estabelecimentos financeiros.
“Esperamos a retomada imediata do diálogo entre as partes. É conversando que a gente se entende. Nós queremos abastecimento seguro dos caixas eletrônicos, operações com menor risco dos carros-fortes, proibição do transporte de numerário pelos bancários e nenhuma agência com apenas um vigilante”, destaca o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr.
“Nós precisamos voltar logo a dialogar sobre essas questões, pois está em jogo a proteção à vida de trabalhadores, clientes e da população, expostos diariamente a riscos cada vez maiores diante da ousadia das quadrilhas, da precariedade das instalações de segurança nos bancos e da fragilidade da segurança pública”, reforça o presidente da CNTV, José Boaventura Santos.