Após ameaça da Caixa, greve cresce e atinge 80%

(São Paulo) A ameaça da Caixa Econômica Federal de ajuizar dissídio coletivo na Justiça do Trabalho, caso os bancários não encerrassem a greve, foi respondida pelos empregados nesta sexta-feira, dia 5, com mais paralisações.

A greve, que começou na quarta-feira com o fechamento de 70% dos postos de trabalho no Brasil inteiro, cresceu e já atinge 80% das agências e departamentos do banco.

Até o final desta sexta-feira, não houve nenhuma sinalização da Caixa para a retomada das negociações, embora os bancários tenham deixado claro na última rodada que apostam num acordo negociado. Sem avanço, os bancários da Caixa devem ampliar a greve ainda mais na segunda-feira.

Confira abaixo como foram as mobilizações na sexta, conforme informações enviadas pelos sindicatos e federações até as 21h.

CENTRO OESTE
A paralisação foi forte em todo o Distrito Federal, atingindo praticamente todas as agências da Caixa, além de grande parte dos prédios administrativos. Na avaliação do Sindicato, a adesão é grande e crescente.

No Mato Grosso, os bancários da Caixa de Cuiabá, Várzea Grande e também do interior do Estado paralisaram mais de 32 unidades de atendimento ligadas à Caixa. Só na capital foram onze agências paradas.

No Mato Grosso do Sul, os bancários mantiveram fechadas todas as dez agências da Caixa e o Escritório de Negócios de Campo Grande. No interior, a greve atingiu as cidades de Dourados, Fátima do Sul, Maracaju, Corumbá, Naviraí, Ponta Porã e Três Lagoas.

No Pará e Amapá, os trabalhadores da Caixa ampliaram a greve, que já atinge cerca de 80% da categoria. No Pará, os bancários decidiram reforçar o movimento nas cidades do interior para obter uma adesão massiva em resposta à ameaça da Caixa.

A greve dos bancários também prosseguiu forte no Acre, com novas adesões. Os bancários do Basa no Estado aprovaram a proposta específica e acabaram com a greve.

NORDESTE
As ameaças e tentativas de intimidação por parte da Caixa surtiram efeito contrário ao desejado pelo banco em Pernambuco e ajudaram a fortalecer o movimento. Em todo o Estado, somente duas agências do interior abriram nesta sexta: Salgueiro e Sanharó. Outras seis funcionaram parcialmente. Na capital e Região Metropolitana, todas as agências e postos pararam, o que significa 90% de adesão em todo o estado.

Em Alagoas, os bancários da Caixa fizeram pela manhã um “despacho” de macumba na porta da Filial, onde funciona a superintedência e outros departamentos da empresa. O ato simbólico, lembrando uma das práticas do candomblé, foi um apelo aos orixás, no sentido de quebrar o autoritarismo e a má vontade da diretoria em atender as reivindicações do funcionalismo. A macumba teve tudo que é de direito dos orixás, de pipoca e arruda a galinha e cachaça. A iniciativa ajudou a descontrair os grevistas e a levantar ainda mais o ânimo da paralisação na Filial, que vem sendo um sucesso. O Sindicato dos Bancários prepara outras manifestações parecidas para a próxima semana.

No Maranhão, todas as agências da Caixa Econômica Federal pararam, com exceção de duas que ficam no interior do Estado. Na capital, São Luiz, os bancários participaram em peso do movimento.

Na Bahia, a mobilização continua forte em Salvador e foi ampliada nesta sexta-feira no interior do estado. Os bancários de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha, região do Sindicato de Cariri, entraram em greve e engrossaram o movimento. A paralisação prosseguiu forte nas cidades que já haviam aderido, como Feira de Santana, Vitória da Conquista, Ilhéus e Jequié

A greve no Ceará também continuou forte, com 100% dos bancários envolvidos no movimento.

SUDESTE
A greve dos bancários da Caixa em São Paulo cresceu nesta sexta-feira, com 76% das agências paradas total ou parcialmente. Neste terceiro dia da paralisação, 187 das 247 agências aderiram. Os bancários dos centros administrativos também pararam, com 14 unidades fechadas. Em outros dois, um em Osasco e um na região Sul, a mobilização foi parcial. Segundo dados do Sindicato, a greve cresce a cada dia. Na quarta, foram 3,5 mil bancários de braços cruzados, número que subiu para 4,5 mil na quinta e para 4,8 mil nesta sexta. A Caixa tem 8 mil na capital paulista e na região de Osasco. No interior do Estado, a greve continuou forte em todas as regiões: Grande ABC, Baixada Santista, Campinas, Catanduva, Araçatuba, Araraquara, Assis, Barretos, Bauru, Bragança Paulista, Franca, Guaratinguetá, Guarulhos, Jaú, Jundiaí, Limeira, Lins, Marília, Mogi das Cruzes, Presidente Prudente, Presidente Venceslau, Ribeirão Preto, São José dos Campos, São José do Rio Preto, Sorocaba, Taubaté, Tupã e Votuporanga.

No Rio de Janeiro, os bancários também ampliaram a mobilização e pararam quase 100% das agências da Caixa na capital. A greve também cresceu no interior, Angra dos Reis, Baixada Fluminense, Campos dos Goytacazes, Itaguaí, Itaperuna, Macaé, Nova Friburgo, Parati, Petrópolis, Seropédica, Sul Fluminense, Teresópolis e Três Rios.

Os bancários da Caixa em Belo Horizonte pararam cerca de 90% das agências e departamentos da capital mineira e da região metropolitana, além das cidades de Congonhas, Itaúna, Mateus Leme, Pará de Minas, Pitangui e Sete Lagoas, todas da base do Sindicato de BH. No interior, a greve foi forte em Juiz de Fora, Uberaba, Patos de Minas e Teófilo Otoni.

No Espírito Santo, os bancários pararam 48 unidades, entre agências e postos de atendimento, cinco a mais do que ontem. Aderiram ao movimento os bancários das agências de Aracruz, Barra de São Francisco, João Neiva, Mimoso do Sul e São José do Calçado. Permaneceram paralisadas todas as 25 agências da Grande Vitória e as unidades de Colatina e São Silvano, Linhares, Nova Venécia, São Gabriel da Palha, São Mateus, Alegre, três unidades de Cachoeiro de Itapemirim, Castelo, Domingos Martins, Guaçuí, Guarapari, Iúna, Itapemirim, Muqui e Anchieta. Na capital também estão em greve os funcionários de todos os departamentos que funcionam no edifício Castelo Branco, no Centro de Vitória. No prédio da Enseada do Sua, a paralisação foi parcial.

SUL
Subiu para 96 o número de unidades da Caixa Econômica Federal fechadas no Paraná nesta sexta-feira. No terceiro dia de greve dos bancários, a novidade foi a adesão de todos os trabalhadores na Caixa na região de Arapoti e das agências de Guaíra e da Justiça Federal em Guarapuava. No total, são mais de 3.500 bancários em greve, o que significa paralisação em 98% dos municípios. Na Região Metropolitana de Curitiba, as atividades de 47 agências e três centros administrativos foram paralisadas. Também aderiu ao movimento a maioria dos 16 postos de atendimento. Na região, a única agência que abriu foi a da Lapa. No interior a greve foi forte em Arapongas, Cambé, Rolândia, Ibiporã, Assai, Porecatu, Londrina, Bandeirantes, Cornélio Procópio, Cambará, Jacarezinho, Santo Antonio da Platina, Umuarama, Assis Chateubriand, Guaíra, Iporã, Paranavaí, Apucarana, Jandaia do Sul, Ivaiporã, Ribeirão Claro, Siqueira Campos, Ibaiti, Wenceslau Braz, Jaguariaíva, Arapoti, Campo Mourão, Mamborê, Guarapuava, Pitanga, Toledo, Marechal Cândido Rondon e Palotina.

Em Santa Catarina, a greve na Caixa também foi ampliada. Todas as agências de Florianópolis fecharam. No Besc, a paralisação também foi forte. A greve se manteve no interior do Estado, com 100% de adesão em Concórdia, Criciúma e Chapecó.

A greve dos bancários também é forte em todo Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre e na região metropolitana, mais de 90% das agências e postos ficaram fechados, de um total de 55 agências e postos bancários. Na capital, funcionou apenas a agência do Bourbon Ipiranga. Os funcionários preparam uma passeata na próxima terça-feira, dia 9, para chamar a atenção da sociedade para o descaso do banco e para a ameaça de ajuizar dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST) em função da paralisação. No interior, a greve atinge as cidades de Cachoeira do Sul, Camaquã, Carazinho, Caxias do Sul, Cruz Alta, Erechim, Guaporé, Horizontina, Ijuí, Lajeado, Litoral Norte, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Pelotas, Rosário do Sul, Rio Grande, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santo Ângelo, São Borja, São Leopoldo, Uruguaiana, Vacaria e Vale do Paranhana.

Fonte: Contraf-CUT, com federações e sindicatos

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