Após 21 dias de forte mobilização, bancários aprovam proposta dos bancos e encerram greve

A ampla maioria da categoria bancária presente na assembleia geral desta segunda-feira (26) aprovou a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que prevê reajuste de 10% para salários, piso e PLR, e de 14% para vales alimentação e refeição e para a 13ª cesta. Os bancários, dos bancos públicos e privados da Zona da mata e Sul de Minas, retornam às atividades a partir da zero hora do dia 27 de outubro. As propostas às reivindicações do BB e CEF também foram aprovadas durante a assembleia.

Com quase 60% de agências paralisadas, a greve da categoria durou 21 dias, uma das mais longas já realizadas pelos bancários (as). Uma proposta que não trazia perdas para a categoria só surgiu no último fim de semana, após o Comando Nacional vencer o desrespeito da Fenaban e rejeitar na própria mesa de negociação as duas propostas anteriores (7,5% e 8,75% de reajuste, respectivamente) que se quer repunham a inflação de 9,88% (INPC).

A primeira contraproposta da Federação às reivindicações dos bancários, rejeitada nas assembleias e que deu início ao movimento paredista da Campanha Nacional 2015, foram absurdos 5,5% de reajuste mais R$2.500,00 de abono, que é pago uma única vez, não faz efeito nenhum no bolso dos banqueiros e ainda representa perda para a categoria.

De acordo com a empregada da Caixa e diretora do Sindicato dos Bancários, Lívia Terra, o que se conseguiu de mais importante nessa greve foi o reconhecimento dos banqueiros de que eles estão adoecendo os bancários.

“A partir do reconhecimento dos bancos sobre o adoecimento, começarão a ser tomadas medidas para melhorar as condições de trabalho. Os bancos, juntamente com os sindicatos, construirão e assinarão um protocolo sobre o combate às metas abusivas. Pode parecer pouco, mas não é! Quando os bancos reconheceram no passado que deixavam os bancários com LER, começaram a tomar medidas para diminuir esse sofrimento, como os móveis ergonômicos que temos hoje, entre outras medidas”, destacou Lívia.

O secretário geral do Sindicato, Carlos Alberto de Freitas (Nunes), enfatizou que foram grandes dias de luta e que ela não tem fim com a greve.

“Ainda são necessárias muitas conquistas sim, mas não podemos desvalorizar a luta dos bancários. É necessário que a categoria se reconheça como tal e venha para a luta diária para que ampliemos cada vez mais nossos direitos. Portanto, sair da primeira proposta rebaixada e chegar nesta última é uma vitória, principalmente com a participação efetiva da categoria. Vale também destacar a expressiva presença dos bancários na assembleia e isso mostra o trabalho de mobilização da categoria. Ainda temos vários temas para serem tratados, mas chegaremos com mais fôlego para as próximas negociações e poderemos alcançar outros patamares e caminhos", reafirmou Nunes.

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