Os países da América Latina e do Caribe devem encerrar o ano com crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) 1,2 ponto percentual abaixo do de 2011. Em 2012, a expansão do PIB da região foi 3,1%, enquanto em 2011 foi 4,3%. O fraco desempenho do Brasil e da Argentina prejudicaram o dado geral de crescimento da região.
Os números são do Balanço Preliminar das Economias da América Latina e Caribe 2012, divulgado nesta terça-feira (11) pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
O Brasil teve queda no crescimento em relação ao ano anterior. Em 2012, registrou crescimento de 1,2%, contra a expansão de 2,7% no ano passado. Do conjunto de países latino-americanos, o Brasil está na frente apenas do Paraguai, no ranking da Cepal.
A Argentina cresceu 2,2% em 2012, ante 8,9% em 2011. A maior parte dos países latino-americanos teve crescimento superior a 3,1% este ano.
O desempenho da região é explicado pela desaceleração da economia mundial em função da recessão na zona do euro e também da menor expansão da economia chinesa, o que enfraqueceu a demanda externa. A queda nas exportações é um dos temas que mais preocupa, de acordo com a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena.
De acordo com o estudo, em 2012, a importância do investimento para o aumento do crescimento foi menor que em 2011 e elevou o peso da demanda interna. “O crescimento da região se baseou na expansão da demanda interna, estimulada parcialmente pela política monetária ou fiscal na maioria dos países”, diz o documento.
Houve ainda alta na taxa de emprego e dos salários na região, no entanto, há indícios de menor crescimento do trabalho de qualidade. No conjunto da região, a taxa de desemprego urbano passou de 6,7%, em 2011, para 6,4%, em 2012.
As perspectivas para 2013 continuam sinalizando para um contexto externo pouco dinâmico e sujeito a incertezas, porém, a expectativa é que no próximo ano o crescimento da América Latina e do Caribe seja ligeiramente superior ao de 2012, em torno de 3,8%.
O cenário provável traçado pela Cepal é que o baixo crescimento se prolongue na Europa e a China apresente taxas de crescimento mais altas. Há previsão de recuperação nas economias do Brasil e da Argentina.
“Argentina e Brasil se recuperam sobretudo no setor agrícola. No caso do Brasil, haverá maior investimento e maior manufatura. Temos observado uma série de anúncios de investimentos, como em portos, e maior crédito bancário o que vai dar impulso ao Brasil”, disse a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena.