A França e a Alemanha deram na quarta-feira, dia 9, uma exibição de unidade, conclamando os líderes da União Europeia a acelerarem os esforços de aperto das regulamentações financeiras e restrições às vendas a descoberto.
Em uma carta conjunta enviada a José Manuel Barroso, presidente da Comissão Europeia, Nicolas Sarkozy, o presidente da França, e Angela Merkel, a chanceler da Alemanha, pediram a apresentação de propostas em um mês, para a regulamentação – uma forma de seguro contra os defaults de dívidas pelos governos – e das vendas a descoberto.
Eles disseram que melhorar a transparência nas posições vendidas de ações e títulos de dívida, especialmente dívidas soberanas, é “indispensável”. Os dois líderes também pediram à Comissão Europeia que examine a conciliação dos atrasos de pagamentos e liquidação de negócios realizados nos mercados financeiros da Europa.
A Comissão disse que “recebeu bem o sentido de urgência demonstrado por Paris e Berlim”. Ela deverá publicar um documento de consulta nos próximos dias, sobre a regulamentação das vendas a descoberto, que normalmente envolvem a venda de ações tomadas emprestadas, na esperança de recompra-las posteriormente a preços menores. O documento visa produzir um esboço de legislação até setembro.
A iniciativa Sarkozy-Merkel é uma tentativa de demonstrar uma causa comum em relação à regulamentação financeira, antes das reuniões da União Europeia e dos países do G-20 este mês, após semanas de tensão por causa do socorro financeiro à Grécia e do plano de estabilização de ? 750 bilhões para a zona do euro.
Os governos francês e alemão estão frustrados com a falta de ímpeto das negociações internacionais sobre a regulamentação. Medidas para conte a especulação são populares na Alemanha, no momento em que o governo de coalizão de Angela Merkel é pressionado por ter ajudado os bancos e resgatado governos perdulários da zona do euro. Sarkozy também quer progressos na regulamentação financeira, e na França a oposição vem criticando a falta de ação do governo.
A Alemanha desencadeou críticas de outros membros da União Europeia, incluindo a França, e provocou nervosismo nos mercados financeiros no mês passado, quando anunciou uma decisão unilateral de contenção das vendas a descoberto.