Alagoas: Faixas pedindo respeito do Santander são arrancadas das ruas

Objetivo é esconder da população a face perversa do banco, que demite em massa e exige metas abusivas em plena pandemia

O Sindicato dos Bancários de Alagoas foi surpreendido com a retirada, às escondidas, de faixas usadas na mobilização de mais um dia de luta contra as demissões no Santander, realizado nesta terça-feira (7/7) em Maceió. As faixas denunciavam a quebra do compromisso do banco em não demitir funcionários durante a pandemia e exigiam do banco espanhol respeito aos brasileiros (#SantanderRespeiteOBrasil).

O desaparecimento furtivo do material ocorreu no elevado do CEPA, bairro do Farol, onde as frases eram maiores e mais chamativas.

“Sinal de que desagradaram. Afinal, como a população entender que um banco tão ‘bonzinho’ na televisão está se ‘lixando’ para seus empregados e o povo brasileiro?”, diz o sindicato em texto publicado em seu site.

O texto diz ainda que “já era de se imaginar que o Santander fizesse de tudo para ocultar a mobilização das entidades sindicais e manter escondido do público suas práticas desumanas, que só visam o lucro. Mas, alguém sumir com faixas que estavam em via pública é o cúmulo da opressão e da censura”.

Para o diretor do sindicato e membro da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, José Aragão, a retirada das faixas é uma medida vergonhosa. “Mas isso não vai calar o sindicato e os trabalhadores. Vamos continuar denunciando que o banco espanhol, que tira grande parte do seu lucro global aqui do Brasil, está demitindo e massacrando os empregados nesse período de calamidade pública, sem se importar com as vidas e aumentando a fila do desemprego”, disse.

“Hoje recolocamos as faixas e deixamos pessoas para fiscalizar o local”, informou nesta quarta-feira (8) o presidente do Sindicato, Márcio dos Anjos, durante reunião do Comando Nacional dos Bancários.

Sem negociação

Para Márcio dos Anjos, não adianta o banco se apequenar com sua política de perseguição, mordaça e fuga das negociações. “Só vamos parar quando cessarem as demissões e os representantes da empresa sentarem para negociar”, disse ele.

Na semana passada, o banco, que já tinha se negado a discutir as demissões, desmarcou uma reunião com a Comissão de Organização dos Empregados na qual seriam debatidos o programa Motor de Vendas, a mudança de função do GA e do GR, e uma proposta de banco de horas negativo.

Apesar das artimanhas do banco espanhol para manter camufladas suas práticas antissindicais e antitrabalhistas, as denúncias das entidades sindicais da categoria em âmbito nacional ganharam eco na grande imprensa e em âmbito internacional. Reportagem da Folha Online, publicada na última segunda-feira (6/07), revela que o Santander tem demitido 20 trabalhadores por dia útil, tendo alcançado 433 funcionários no período de um mês. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) também repercutiu o assunto.

Na reportagem, o jornal observa que o Santander é o único entre os maiores bancos do país a não respeitar o compromisso pela não demissão de funcionários neste período. Aborda ainda as metas abusivas e as mudanças que o banco quer fazer no fundo de previdência dos funcionários (Banesprev).

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