Agências fechadas aumentam na região de Catanduva: agora são 83

O número de agências bancárias paralisadas na região de Catanduva devido à greve dos bancários aumentou 10,6% nesta quarta-feira (21). Agora, segundo levantamento feito pelo Sindicato dos Bancários, são 83 unidades que estão com as portas fechadas. Na sexta-feira (16), eram 70 pontos de trabalho com atividades suspensas; ontem, o número chegou a 75.
 
Para o presidente da entidade sindical, Paulo Franco, a adesão crescente dos trabalhadores, que fecham mais agências a cada dia, comprova a insatisfação com as propostas feitas pela Fenaban. “A postura dos banqueiros, além de descabida, é um desrespeito a toda nossa categoria. Não há como aceitar uma proposta de reajuste abaixo da inflação. Queremos aumento real”, frisa.

 
A proposta apresentada pela federação dos bancos nessa terça-feira (20) e rejeitada pelo Comando Nacional dos Bancários na mesa de negociação – de 7,5% de reajuste, sem abono – deixou os bancários ainda mais indignados. Assim, a greve da categoria segue nesta quarta (21), quando a rodada de negociação continua cobrando reajuste digno para salários, piso, PLR e vales; garantia para os empregos e melhorias das condições de trabalho.
 
“A greve completa hoje 16 dias e sem avanço até o momento. Vamos voltar para a mesa de negociação hoje e deixamos claro para a Fenaban que queremos discutir um reajuste digno do esforço dos bancários e correlato aos ganhos reais do setor. Não podemos aceitar perda salarial”, afirma a vice-presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.
 
Banco do Brasil  e Caixa Federal
 
A direção do BB já informou que pretende fazer nova rodada de negociação para debater as reivindicações específicas dos seus funcionários, logo após encerrada a rodada com a Fenaban. A Caixa se manifestou nesta quarta-feira e informou que também se reunirá com representantes dos empregados após rodada com federação dos bancos.
 
Mobilizados
 
A greve continua diante de mais uma proposta rebaixada dos bancos e considerada pelos bancários como “ofensa”, “piada”, “desrespeito”. “Abaixo da inflação a greve tem que continuar”, declarou uma bancária pelas redes sociais. “Vamos dar um grande e sonoro NÃO!”, disse outra. “Para os bancos não tem crise!”, lembrou uma terceira. “Esses bancos estão de tiração!”, queixou-se uma trabalhadora. “Isso mesmo, não tem que aceitar isso. Desrespeito”, comentou outra.
 
Culpa dos bancos
 
A greve de 2015 é uma das maiores dos últimos anos. A pauta da categoria foi entregue em 11 de agosto e foram realizadas cinco rodadas sem qualquer acordo em relação ao índice de reajuste e demais reivindicações. Isso, apesar de os maiores bancos verem seus resultados aumentarem cerca de 27,5% este ano.
 
No dia 25 de setembro os bancos apresentaram proposta de 5,5% – que representaria perda de 4% para os bancários – mais abono pago uma só vez no valor R$ 2,5 mil. Assembleias realizadas em todo o país rejeitaram a proposta e a greve nacional teve início em 6 de outubro.
 
“Tudo isso poderia ter sido evitado se os bancos pagassem um aumento digno aos seus trabalhadores. Eles podem, mas preferem apostar na greve, num flagrante desrespeito aos bancários e a toda a sociedade”, critica Juvandia. “Vamos seguir firmes na luta. Cada um precisa fazer sua parte se quiser ter o devido reconhecimento que os bancos estão negando até agora.”

 

 

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